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Stalker preso por ameaçar mulher também deu prejuízo de R$ 18 mil em DJ

Gabis de Luz, procurou a Polícia Civil em dezembro do ano passado para denunciar o furto de seus equipamentos que estavam no restaurante de Bruno Rôxo - Arquivo Pessoal
Gabis de Luz, procurou a Polícia Civil em dezembro do ano passado para denunciar o furto de seus equipamentos que estavam no restaurante de Bruno Rôxo Imagem: Arquivo Pessoal

Daniele Dutra

Colaboração para o UOL, no Rio

03/03/2023 17h26

O stalker preso na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, após ameaçar uma mulher que conheceu em um aplicativo de relacionamento, já fez outras vítimas, segundo as investigações da Polícia Civil. Além de extorsão e perseguição, Bruno César Rôxo Ferreira, 36, também é suspeito de furtar os equipamentos de uma DJ, causando um prejuízo de mais de R$ 18 mil.

Gabriela Fernanda Cesario de Lara, mais conhecida como Gabis de Luz, procurou a Polícia Civil em dezembro do ano passado para denunciar o furto de seus equipamentos que estavam no restaurante de Bruno. O desaparecimento de uma controladora
(dispositivo usado para mixar faixas musicais) e uma caixa de som alugada aconteceu no dia 25 de novembro, mas Gabriela só foi informada cinco dias depois.

"Fiquei sem chão quando soube. Mandei ele dar um jeito, fazer empréstimo, qualquer coisa. A caixa de som não era minha, era alugada, custava R$ 5 mil e minha controladora R$ 10 mil. Fora os R$ 2.700 do total de trabalho que ele ficou de pagar, e não pagou. Além de mim, ele não pagou o restante dos funcionários que ele tinha. Fechou o restaurante e foi viajar para o Sul", disse a DJ em entrevista ao UOL.

Gabriela foi chamada para trabalhar no período da Copa do Mundo, para tocar no restaurante de Bruno durante três meses, com contrato assinado. Nas três vezes que ela foi, ele não levou o contrato para ela assinar e nem fez o pagamento nos dias trabalhados.

"A todo momento, ele dizia que iria pagar, mas que estava com problemas para fazer as transações de pix, transferência, até mesmo para sacar dinheiro. Disse que iria me ressarcir dando o dinheiro ou comprando a caixa de som e a controladora. Mas, ele dava uma data de pagamento e sumia. Cansada disso, e tendo que devolver a caixa às pressas ao dono, o valor da caixa roubada, eu dei um prazo final para ele pagar o cachê respectivo e todos os equipamentos, senão, entraria na justiça para ter uma resolução. Quando eu avisei a ele que já havia feito o boletim de ocorrência, foi o momento que ele disse que não pagaria mais".

Para tentar recuperar o prejuízo causado por Bruno, Gabriela compartilhou em suas redes sociais a história do furto - Arquivo Pessoal - Arquivo Pessoal
Para tentar recuperar o prejuízo causado por Bruno, Gabriela compartilhou em suas redes sociais a história do furto
Imagem: Arquivo Pessoal

Em todas as vezes que tentava falar com o Bruno, mas não conseguia, ela procurava por outras pessoas que trabalhavam com ele. Uma delas chegou a dizer que Bruno levava os equipamentos da DJ para sua própria casa. Gabriela também chegou a pedir as imagens das câmeras de segurança do dia do furto, mas sem sucesso. O homem disse que não possuía a senha para acessar essas imagens.

Campanha online

Para tentar recuperar o prejuízo causado por Bruno, Gabriela compartilhou em suas redes sociais a história do furto, falou sobre o prejuízo de R$ 18.500 e decidiu fazer uma vaquinha online. Com a ajuda de seus seguidores, ela conseguiu o valor da caixa de som para devolver ao dono. Agora, ela segue com a campanha, para tentar comprar sua controladora e poder voltar a trabalhar.

"Fiquei extremamente feliz com a prisão. Além de lidar com ele, eu estava sendo pressionada pelo dono da caixa de som para pagar o valor da caixa. Até ameaça de processo recebi, mas consegui pagar em uma semana, graças à vaquinha que fiz na internet pelo Instagram e WhatsApp e que até agora estou fazendo para conseguir comprar a controladora tirada de mim", disse Gabriela, que trabalha como DJ desde 2021.

"Se eu te pegar, te mato"

Bruno Rôxo foi preso dentro de casa, na última terça-feira (28) após a denúncia de outra vítima, que preferiu não se identificar. De acordo com o TJRJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro), a previsão é que ele passe pela audiência de custódia na tarde desta sexta-feira (3) para saber se sua prisão será ou não mantida.

A vítima conheceu Bruno em um aplicativo de relacionamento, há duas semanas, mas nunca chegaram a se beijar ou ter relações sexuais.

Bruno foi preso pelos crimes de extorsão e perseguição - Reprodução/Instagram/WhatsApp - Reprodução/Instagram/WhatsApp
Bruno foi preso pelos crimes de extorsão e perseguição
Imagem: Reprodução/Instagram/WhatsApp

"Virei uma obsessão para ele, já que eu não queria beijar e namorar. Ele tentou me conquistar com coisas que para mim são tão normais, como almoço e jantar. Começou a mandar links de casas para eu morar. Comprou vestido sem eu pedir, falou que ia fazer plano de saúde, me levar a camarotes, mas nada disso se concretizou. Quando percebeu que todas as investidas não tinham dado retorno, ele virou a chave", disse a mulher.

Em uma troca de mensagens, ele ameaça a vítima: "Me dá dois mil e terminamos agora. Eu gastei muito mais"; "Burra, idiota. Se eu te pegar, te mato", diz Bruno César Rôxo Ferreira, 36. Entre as ameaças por texto, ele fazia dezenas de ligações para a mulher, e envia mensagens por outras redes sociais.

A vítima procurou a 42ª DP na última segunda-feira (27), muito abalada. Enquanto prestava depoimento, Bruno fez diversas ligações para ela e continuou enviando mensagens ameaçadoras. Uma delas dizia que a esperaria na saída da escola da filha dela para receber o dinheiro.

A reportagem tentou contato por ligação e mensagem no celular de Bruno, na intenção de encontrar algum parente ou advogado, mas não obteve retorno até a publicação deste texto.