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'Veio com a faca na direção do meu rosto', diz professora sobrevivente

Professora ferida no braço e no ombro em ataque a escola em SP recebe alta - Band
Professora ferida no braço e no ombro em ataque a escola em SP recebe alta Imagem: Band

Colaboração para o UOL, em Brasília, e do UOL, em São Paulo

27/03/2023 19h27Atualizada em 27/03/2023 20h29

Uma das professoras atacadas pelo adolescente de 13 anos na Escola Estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia, na Zona Oeste de São Paulo, Rita de Cássia Reis relatou como foi presenciar a ação do adolescente. Ela foi alvo de três facadas, sendo duas no antebraço e uma no ombro. Ela teve alta e já está em casa.

Professora achou que alunos estavam indo para a quadra

  • Ela afirmou que estava na sala ao lado de onde o ataque havia ocorrido. "Vão mais devagar, vocês se machucam", disse ela aos alunos que corriam pelos corredores no momento do atentado. "Foi a hora que ele me atacou. Eu saí correndo para o fundo da sala gritando. Ele desferiu três golpes, não sei se alguém segurou ou se ele saiu, parece que a gente apaga", disse em entrevista à TV Bandeirantes.
  • Ela era tutora e era próxima do estudante que a atacou. Segundo a professora, este foi o segundo ano que ele a havia escolhido para acompanhar seu desempenho acadêmico. "Na sexta-feira, que nos tivemos tutoria, ele faltou ao encontro", disse.
  • Ela conta ter descoberto no hospital que foi atacada pelo aluno. "Fui descobrir depois. Eu fui atacada, uma aluna e a secretária me socorreram, foram comigo até o hospital. Muito me espanta, muito me espanta. Pela proximidade que eu achava que nós tínhamos", disse.
  • Autor dos ataques parecia calmo quando entrou na sala de Rita. "Eu achei que ele estava tranquilo, não fez correria. Depois eu vi cenas, ele correndo. Mas quando ele entrou na minha sala, ele estava tranquilo, desferiu um golpe em mim, foi ai que eu percebi a gravidade", afirmou.
  • Professora diz que não foi contatada pelo governo de São Paulo. "Agora está fazendo 12 horas do ocorrido. Ninguém me ligou para saber se eu estava viva. Não recebi uma ligação sequer. Ouvi falar que o Estado está dando todo o apoio necessário. Não para mim", afirmou.

Comecei a correr para o fundo da sala, pedi para ele parar. Ele veio com a faca na direção do meu rosto, o que poderia ter sido fatal."
Rita de Cássia Reis, professora na Escola Estadual Thomazia Montoro

Agressor sofria bullying e era 'briguento'

Segundo a professora de história, o autor do ataque sofria bullying e se envolvia em confusões com outros alunos. "Ele sofria bullying, mas é recorrente o problema. Trabalhamos bastante com as crianças, mas eles alegam que são amigos. O bullying é uma realidade, ele tinha o apelido de 'mexicano', porque tinha o bigode nascendo e estava expressivo já", contou.

Ele é briguento, um rapaz sempre metido em confusão. A briga já está relacionada à violência, mas machucado alguém, não. Ele já havia brigado com tapas, algo de criança, mas que teve consequências sérias."
Rita de Cássia Reis, professora na Escola Estadual Thomazia Montoro