'Conseguimos tirar crianças do celular': este 'tobogã gigante' fez a festa
Algumas lonas, água e sabão. Esses foram os recursos usados por moradores do bairro Santa Cruz, em Belo Horizonte, para criar um tobogã gigante que alegrou crianças e adultos.
As imagens da brincadeira — que começou em fevereiro, mas teve reedição no domingo passado — logo ganharam as redes sociais e já tem até gente querendo copiar a ideia.
Fazia um calor de 33ºC quando meninos e meninas se aventuravam na descida de 65 metros. A estrutura foi montada na Rua Francisca Cassiana, aproveitando a inclinação da via, e reuniu mais de 100 pessoas.
A ideia foi do aposentado Rubens Barbosa, 66 anos, um dos moradores mais antigos do bairro, que hoje trabalha com uma carreta de som realizando eventos nas redondezas. Ele conta que tudo começou quando viu algo parecido por meio de um amigo.
Um amigo que trabalha com vendas pelas ruas viu uma criança fazendo algo parecido, filmou e me mostrou. Na hora, tive a ideia de fazer para crianças do bairro
Com três netos, de 4, 6 e 10 anos, ele diz que queria reviver as antigas brincadeiras da infância e incentivar não só os netos, mas as crianças do bairro, a aproveitar esse momento longe de aparelhos eletrônicos.
Antigamente a gente brincava demais na rua, de queimada, de 'roubar' bandeira. Hoje as crianças ficam o dia inteiro no celular. Conseguimos, pela primeira vez, tirar o celular das mãos delas. Elas se envolveram tanto que não queriam mais parar, ficavam voltando na fila. Até os adultos estavam brincando também
Desde que teve a ideia, o aposentado fez um verdadeiro mutirão com parceiros da vizinhança, que doaram materiais e até recursos para a compra da água e do sabão.
"Por aqui todo mundo ajudou em alguma coisa. Uns dão as lonas, outros, o sabão. Uma moradora cedeu água da caixa d'água dela. Na primeira vez que a gente fez, faltou água no bairro e recorremos a ela. Agora já conseguimos pagar com a ajuda de todos. Só de água são mais de dois mil litros e 25 litros de sabão, fora as lonas", explica.
'Mureta de segurança'
A estrutura toda é composta por quatro camadas de material, sendo carpete, manta e dois tipos de plásticos diferentes.
Desta vez, o organizador conseguiu pneus e galões de água cheios para criar uma mureta de segurança no final do trajeto. Dois moradores também colaboraram ficando como monitores no final da lona para evitar acidentes.
Ele conta que a montagem é demorada, até por questão de segurança.
"A gente começou tudo às dez da manhã e só acabou de montar umas duas da tarde. Antes de colocar as lonas, todo mundo ajuda a varrer a rua, tanto para não danificar a lona, como para evitar que alguém saia ferido. Mas, depois que ficou pronto, a diversão foi até depois das 7 da noite e tem gente que ainda queria mais."
Depois da repercussão nas redes sociais, o aposentado diz que já tem gente de vários estados prometendo imitar a ideia, e que as crianças da região também estão pedindo bis.
É uma brincadeira sadia em que conseguimos tirar as crianças de dentro de casa com segurança. As pessoas falam que foi mérito meu, mas foi de toda a comunidade que ajudou. É muito gratificante ver a alegria de todos. Pena que o custo é alto. Mas se tivermos patrocínio quem sabe podemos fazer mais vezes
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