Suspeito de morte da esposa é preso em cemitério após enterro no PR
O marido de Franciele Gusso Rigoni, Adair José Lago, foi preso temporariamente, na tarde de hoje, em um cemitério após o enterro da companheira, por suspeita de envolvimento na morte dela na cidade de Colombo, na Grande Curitiba (PR).
O que aconteceu:
Ao fazer o pedido de prisão temporária que foi aceito pela Justiça, a Polícia Civil alegou "risco de fuga" do suspeito e a possibilidade dele atrapalhar a investigação, segundo o delegado de Polícia Civil Herculano de Abreu, em entrevista ao UOL.
A polícia apontou que o homem estaria se desfazendo da própria residência por entregar a chave para outra pessoa. A investigação apura se o suspeito também estaria movimentando a sua conta bancária.
O suspeito foi preso após o velório e sepultamento da mulher no Cemitério Vertical. A Polícia Civil aguarda o resultado da perícia no corpo e segue fazendo diligências para apurar a motivação do crime.
A defesa do suspeito, representada pelo advogado Jefferson Nascimento Silva e Walid Nasser Chybior Zahra, disse que Adair declara ser inocente e não é o responsável pela morte de Franciele.
A princípio, o nosso cliente se declara inocente e assim ele deve ser tratado até que se tenha o deslinde total deste processo. Deixaremos suas contas e celulares à disposição da justiça. Agora vamos aguardar e acompanhar a busca e apreensão na sua residência. Acompanharemos todas as investigações e iremos atrás de provar que nosso cliente não foi o autor do delito."
Jefferson Nascimento Silva e Walid Nasser Chybior Zahra, advogados de Adair, ao UOL
O crime:
O corpo de Franciele foi encontrado no banco do passageiro de um carro abandonado na Avenida Papa Calixto 2º, no bairro Jardim Guarani, em Colombo, na tarde da última quarta-feira (31).
A vítima tinha um ferimento, causado possivelmente por uma arma branca, na cabeça e estava de óculos escuros no momento em que foi achada.
O marido de Franciele compareceu ao local depois da chegada da polícia e disse que havia saído de casa com a esposa, que havia o deixado em um estabelecimento comercial e saído para ir ao supermercado. A família da vítima também a esperava para um encontro e chegou a ligar para o marido.
O delegado contou ao UOL que os policiais que encontraram o corpo notaram uma rigidez cadavérica, o que aponta que a morte pode ter corrido muito tempo antes de o corpo ser achado. O celular da vítima não foi localizado.
Na casa da vítima, havia itens lavados e vestígios de sangue foram encontrados com ajuda da perícia. O sangue estava no sofá, no chão, na parede e na cortina. Uma testemunha contou que no chão onde o sangue foi achado havia um tapete, que não estava no local. Alguém indicou que o item estaria em uma lavanderia com outras peças, mas o tapete não foi encontrado.
Imagens das câmeras de segurança da residência do casal, obtidas pela polícia, mostram o suspeito dirigindo o veículo com a esposa ao lado, com o banco reclinado e óculos escuros, "exatamente como foi encontrada no local do crime", disse o delegado.
Quando passa por essa câmera [de segurança] ela [Franciele] estava morta, ela está do mesmo jeito que foi encontrada. Os indícios seriam que teria ocorrido o crime dentro da residência e [o suspeito] teria transportado o corpo. Inclusive, o ferimento no corpo da Franciele é mais na parte da nuca, dentro do carro não teria como causar esse ferimento."
Herculano de Abreu, delegado, em entrevista ao UOL
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