Topo

Esse conteúdo é antigo

MS: Empresa divulga vaga de emprego dispensando candidatos indígenas

Prefeitura de Amambai repudiou exclusão de indígenas da vaga de emprego - Reprodução/Twitter
Prefeitura de Amambai repudiou exclusão de indígenas da vaga de emprego Imagem: Reprodução/Twitter

Colaboração para o UOL, em São Paulo

12/06/2023 15h52

Uma empresa de Amambai, em Mato Grosso do Sul, anunciou uma vaga de emprego dispensando os candidatos indígenas para o trabalho.

O que aconteceu

A Nohall Engenharia e Comunicação Visual divulgou uma vaga de emprego destacando que não seriam aceitos candidatos indígenas no processo seletivo.

"Vaga para homem, maior de idade, dispenso indígenas para essa vaga", diz o anúncio.

A lei proíbe "negar" ou "obstar" emprego em empresa privada por conta da raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional, sendo crime passível de dois a cinco anos de prisão.

Após a repercussão negativa, a empresa lamentou o ocorrido e assumiu "publicamente o compromisso de reavaliar nossas práticas e procedimentos e evitar o surgimento ou a reincidência de atitudes discriminatórias".

Esta empresa não compactua com racismo e pede suas sinceras desculpas a todo povo indígena pelo equívoco cometido por essa empresa. Por diversas vezes a empresa já se utilizou das redes sociais para publicar vaga de emprego, porém em nenhuma outra vez utilizou descrições do tipo para seus anúncios".

Repercussão negativa

O prefeito de Amambai, Edinaldo Bandeira (PSDB), repudiou a atitude da empresa em seu Instagram. Segundo ele, é um "retrocesso inaceitável". "Em pleno século XXI, com a plena evolução da atual sociedade, não toleramos este tipo de comportamento discriminatório, que fere os princípios constitucionais de igualdade e respeito à diversidade".

Acreditamos na importância e na necessidade de promover a igualdade de oportunidades para todos os cidadãos do nosso município, independentemente de sua etnia, origem ou qualquer outra característica individual. Portanto, repudiamos veementemente qualquer atitude discriminatória que atente contra a dignidade e os direitos humanos fundamentais".

A Setescc (Secretaria de Estado de Turismo, Esporte, Cultura e Cidadania) também repudiou a atitude e diz que irá "acompanhar e cobrar as medidas cabíveis, tendo em vista que atos semelhantes não sejam mais cometidos".

O procedimento adotado pela empresa deverá ser revisto sob pena de enfrentar medidas judiciais a serem interpostas pelo Ministério Público Federal. E a Subsecretaria de Estado de Políticas Públicas para os Povos Originários, irá acompanhar e cobrar as medidas cabíveis, tendo em vista que atos semelhantes não sejam mais cometidos no Estado de Mato Grosso do Sul".