MS: Empresa divulga vaga de emprego dispensando candidatos indígenas
Uma empresa de Amambai, em Mato Grosso do Sul, anunciou uma vaga de emprego dispensando os candidatos indígenas para o trabalho.
O que aconteceu
A Nohall Engenharia e Comunicação Visual divulgou uma vaga de emprego destacando que não seriam aceitos candidatos indígenas no processo seletivo.
"Vaga para homem, maior de idade, dispenso indígenas para essa vaga", diz o anúncio.
A lei proíbe "negar" ou "obstar" emprego em empresa privada por conta da raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional, sendo crime passível de dois a cinco anos de prisão.
Após a repercussão negativa, a empresa lamentou o ocorrido e assumiu "publicamente o compromisso de reavaliar nossas práticas e procedimentos e evitar o surgimento ou a reincidência de atitudes discriminatórias".
Esta empresa não compactua com racismo e pede suas sinceras desculpas a todo povo indígena pelo equívoco cometido por essa empresa. Por diversas vezes a empresa já se utilizou das redes sociais para publicar vaga de emprego, porém em nenhuma outra vez utilizou descrições do tipo para seus anúncios".
Repercussão negativa
O prefeito de Amambai, Edinaldo Bandeira (PSDB), repudiou a atitude da empresa em seu Instagram. Segundo ele, é um "retrocesso inaceitável". "Em pleno século XXI, com a plena evolução da atual sociedade, não toleramos este tipo de comportamento discriminatório, que fere os princípios constitucionais de igualdade e respeito à diversidade".
Acreditamos na importância e na necessidade de promover a igualdade de oportunidades para todos os cidadãos do nosso município, independentemente de sua etnia, origem ou qualquer outra característica individual. Portanto, repudiamos veementemente qualquer atitude discriminatória que atente contra a dignidade e os direitos humanos fundamentais".
A Setescc (Secretaria de Estado de Turismo, Esporte, Cultura e Cidadania) também repudiou a atitude e diz que irá "acompanhar e cobrar as medidas cabíveis, tendo em vista que atos semelhantes não sejam mais cometidos".
O procedimento adotado pela empresa deverá ser revisto sob pena de enfrentar medidas judiciais a serem interpostas pelo Ministério Público Federal. E a Subsecretaria de Estado de Políticas Públicas para os Povos Originários, irá acompanhar e cobrar as medidas cabíveis, tendo em vista que atos semelhantes não sejam mais cometidos no Estado de Mato Grosso do Sul".
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