Sem Alma: quem é o PM suspeito de 5 execuções em grupo de extermínio no RJ

Um policial militar suspeito de participar de cinco execuções no Rio de Janeiro está foragido. Agentes da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) realizaram uma operação para cumprimento de mandados de prisão e de busca e apreensão na casa de Rafael Nascimento Dutra, conhecido como "Sem Alma" e apontado como líder de um grupo de extermínio.

Entenda o caso

A operação desta terça-feira (18) faz parte de uma investigação para capturar os envolvidos nos assassinatos de Marco Antônio Figueiredo Martins, o "Marquinho Catiri", e Alexsandro José da Silva, vulgo "Sandrinho", que atuavam em uma milícia nos bairros da zona oeste e norte do Rio.

Segundo a Polícia Civil, um homem que seria integrante do grupo foi alvo de mandado de busca e apreensão e preso em flagrante. Ele estava com diversas munições, calibres 7.62 e 556, e carregadores. Além disso, foram apreendidos rádios comunicadores e dois carros blindados.

Integrante do grupo foi encontrado com diversas munições, rádios comunicadores e carros blindados
Integrante do grupo foi encontrado com diversas munições, rádios comunicadores e carros blindados Imagem: Reprodução

Segundo a DHC, dois autores do crime foram detidos anteriormente e na terça-feira foram cumpridos novos mandados de prisão referentes à investigação. O terceiro autor identificado, o "Sem Alma", continua sendo procurado.

Os policiais foram à casa e ao depósito de bebidas que pertence ao PM, em Duque de Caxias, mas ele não foi encontrado. No local, houve apreensão de munições de fuzil, colete e placa balística.

O crime

O assassinato aconteceu no dia 19 de novembro do ano passado, na comunidade do Guarda, em Del Castilho, na Zona Norte, quando "Marquinho Catiri" estava saindo de uma academia. Armados com fuzis, os criminosos atiraram diversas vezes na vítima.

"Sandrinho" também foi atingido durante o ataque e morreu. A equipe da DHC iniciou as investigações e foi ao local do crime. Os agentes localizaram um imóvel utilizado pelos criminosos, vários estojos deflagrados dentro dele e constataram que "Marquinho Catiri" foi vigiado durante cerca de um ano. O grupo de extermínio usou câmeras, GPS e até um drone para saber a rotina dele.

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As investigações indicaram que os acusados pelos homicídios fazem parte de uma quadrilha voltada para comercialização de cigarros, exploração de jogos de azar, sequestros, desaparecimentos na Baixada Fluminense e assassinatos.

O grupo também estaria envolvido nas mortes do policial civil João Joel de Araújo, ocorrida em 11 de maio de 2022, em Guaratiba, e do policial penal Bruno Kilier, que aconteceu no dia 8 de junho deste ano, no Recreio dos Bandeirantes, também na zona oeste.

De acordo com a DHC, um dos autores das mortes de "Marquinho Catiri" e de "Sandrinho" foi preso no dia 15 de dezembro, no município de Francisco Morato, em São Paulo.

O segundo suspeito foi preso no dia 12 de março deste ano, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio, em posse de duas armas de fogo e celulares. De acordo com a DHC, diligências estão em andamento em busca do terceiro envolvido, que está foragido.

O que diz a PM

Rafael Nascimento é um PM da ativa, que trabalhava no Batalhão de Duque de Caxias, mas se afastou por licença médica.

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"A Corregedoria Geral de Polícia Militar colabora com todos os trâmites investigativos. Cabe informar que o referido agente foi submetido a um processo disciplinar administrativo, que está sendo conduzido pela 3ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (3ª DPJM), subordinada à CGPM, que pode resultar na exclusão do mesmo dos quadros da Corporação, diz a nota enviada à reportagem

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