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Suspeito de matar PM no Guarujá confundiu viatura e temia PCC, diz polícia

Do UOL, em São Paulo

02/08/2023 04h00

O suspeito de ter dado o tiro que matou o soldado da Rota Patrick Bastos Reis, 30, no Guarujá, litoral de São Paulo, teria confundido a viatura antes de disparar. Após o episódio, ao menos 14 pessoas foram mortas em operações policiais na Baixada Santista, segundo o governo.

O que aconteceu

Erickson David da Silva, o Deivinho, teria confundido o veículo com o de outra unidade policial antes de atirar, segundo as investigações. O soldado da força de elite da PM paulista foi morto na última quinta-feira (27).

Deivinho temia ser morto pela PM por vingança ou pelo próprio PCC, segundo fontes ligadas ao caso. Por isso, se entregou à polícia no último domingo, três dias após o assassinato do policial da Rota.

Soldado Patrick Bastos Reis foi morto no Guarujá, no litoral de SP Imagem: Reprodução/Redes sociais

O suspeito gravou um vídeo antes de se entregar. Nele, pediu para que a polícia parasse com a "matança" de supostos inocentes nas operações após a morte do soldado Reis.

É que a reação do governo após a morte do PM prejudicou a movimentação do tráfico. Segundo as investigações, as operações policiais no Guarujá estariam causando perdas financeiras à facção, o que poderia submeter o suspeito a um tribunal do crime do PCC.

Deivinho estava armado e fazia a contenção de um ponto de venda de drogas da Biqueira da Seringueira quando atirou, segundo a polícia. "Deu merda! Deivinho deu um tiro nos caras", teria dito uma das pessoas no local após o disparo, segundo boletim de ocorrência.

Policiais na Vila Baiana, no Guarujá, após chacina Imagem: Herculano Barreto Filho/UOL

O tiro que matou o soldado da Rota teria sido disparado de um "bunker" construído pelo PCC. O PM foi atingido no peito pelo mesmo disparo que acertou a mão do seu colega. Ambos faziam patrulhamento na região.

A Polícia Civil do Guarujá localizou anteontem a arma que teria sido usada no crime. A pistola 9 mm estava embrulhada em um saco plástico e foi encontrada dentro de uma casa na Vila Júlia, após denúncia anônima.

Marca em muro na Vila Baiana, no Guarujá, após chacina. Segundo testemunhas, é do sangue de Felipe Vieira Nunes, morto no local Imagem: Herculano Barreto Filho/UOL

O que se sabe sobre o caso

Moradores passaram a denunciar casos de abuso de autoridade e assassinatos em operações no Guarujá. "Estamos abrindo as portas para eles, mas estão vindo para nos matar", disse uma moradora da Vila Baiana.

Há relatos de que o ambulante Felipe Vieira Nunes foi torturado e assassinado na sexta-feira (28). A SSP (Secretaria de Segurança Pública) diz que as mortes em decorrência de ações policiais serão "rigorosamente investigadas."

Uma comitiva formada pela Comissão de Direitos Humanos da OAB, Ouvidoria das Polícias e Condepe (Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana) acompanha o caso no Guarujá.

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