Arthur do Val leva soco em protesto contra violência policial no Guarujá
Colaboração para o UOL, em São Paulo
04/08/2023 18h41Atualizada em 07/08/2023 17h13
O ex-deputado estadual Arthur do Val, conhecido como Mamãe Falei, levou um soco no rosto durante uma manifestação, no centro de São Paulo, contra a violência policial no Guarujá, no litoral do estado.
O que aconteceu:
Arthur do Val compareceu à manifestação ao lado de outros integrantes do MBL (Movimento Brasil Livre) para questionar os participantes sobre o motivo pelo qual eles "estão se comovendo com bandidos".
A manifestação foi convocada por movimentos sociais que lutam contra a violência policial e ocorreu em frente à sede da SSP (Secretaria de Segurança Pública) na região central da capital, nesta quinta-feira (3).
Em determinado momento, ao perceberem a presença dos membros do MBL, alguns manifestantes hostilizam o ex-deputado ao chamá-lo de "abusador", em referência à viagem feita por ele em 2022, em meio à guerra na Ucrânia, quando vazou áudio no qual Do Val diz que as ucranianas seriam "fáceis porque são pobres".
Posteriormente, outro manifestante agride Arthur com um soco. "Nem doeu, velho. Esse é o máximo que você consegue, irmão?", diz o ex-deputado.
No canal do YouTube do MBL, Arthur do Val comentou o episódio. Ele rechaçou as acusações de que seria "abusador" e explicou que o homem que o agrediu o "estava ameaçando" desde sua chegada ao ato. Ainda, ele debochou do golpe sofrido e afirmou que não revidou porque "não estava lá para isso".
"Esses caras acham que vão dar um soco numa pessoa e vão promover um nocaute, isso não acontece. Bater em um homem saudável, em sã consciência e nocauteá-lo, é quase impossível", declarou Do Val, ressaltando que o cara queria nocauteá-lo, mas "não sabia" e saiu "frustrado" por não conseguir fazê-lo ir a nocaute.
Operação no Guarujá
A Ouvidoria das Polícias do Estado de São Paulo afirma que a SSP, atualmente sob a gestão de Guilherme Derrite, dificultou o acesso do órgão a boletins de ocorrência no começo desta semana. A consulta poderia auxiliar no acompanhamento da Operação Escudo, deflagrada na Baixada Santista na última sexta-feira (28), após o assassinato de um policial da Rota (Rondas Ostensivas Tobias Aguiar) no Guarujá.
A ação policial na cidade já resultou na morte de 16 civis, segundo balanço oficial, o que faz dela a operação mais letal da PM desde 2006.
De acordo com a Secretaria da Segurança Pública, todas as mortes decorreram da reação de policiais militares e as ocorrências estão sendo investigadas. A pasta nega que tenha havido interrupção no fornecimento dos boletins de ocorrência.