Homem que matou 5 em creche de SC é condenado a 329 anos de prisão

O julgamento durou dois dias. No primeiro foram ouvidas vítimas e testemunhas e, no segundo, houve debate entre defesa e acusação. Pouco antes das 16h de hoje, as falas foram encerradas e os jurados se reuniram para votar a sentença.

Hoje, a comunidade de Saudades teve a resposta do Poder Judiciário em relação a esse caso que marcou a história da nossa comarca, pouco mais de dois anos após a ocorrência do crime.
Juiz Caio Lemgruber Taborda, que presidiu a sessão

Como foi o julgamento

Dividido em dois dias, o julgamento foi sediado no Fórum de Pinhalzinho, também no oeste catarinense. As ruas do entono foram bloqueadas por segurança, e o público enfrentou chuva do lado de fora do prédio para acompanhar a sessão.

O julgamento começou na última quarta (8). No primeiro dia foram ouvidas vítimas, testemunhas de acusação e testemunhas de defesa. O acusado também foi interrogado, mas permaneceu em silêncio.

Já no segundo dia, falaram mais três vítimas e uma testemunha, além da defesa e da acusação. O defensor e os promotores de Justiça, além de um assistente de acusação, se pronunciaram em formato de debate, com réplica e tréplica.

Esse homem sabia exatamente o que estava fazendo. Ele planejou minuciosamente o ataque à creche e isso ficou comprovado durante as investigações
Promotor Bruno Poerschke Vieira, do MP-SC

A pior dor do mundo é a de uma mãe perder um filho. Nada pode ser mais cruel, mais terrível. Resta a toda comunidade de Saudades a esperança da justiça. Façamos justiça!
Promotor Fabrício Nunes, do MP-SC

Relembre o caso

O crime ocorreu no dia 4 de maio de 2021. O réu, à época com 18 anos, invadiu o CEI (Centro de Educação Infantil) Pró-Infância Aquarela, para crianças de até três anos, armado com uma adaga, espécie de espada curta.

O jovem matou cinco pessoas, sendo três mulheres e duas crianças: a professora Keli Adriane Aniecevski, 30, a funcionária Mirla Renner, 20, e três crianças de um ano: Anna Bela Fernandes de Barros, Murilo Massing e Sarah Luiz Mahle Sehn.

Segundo concluiu a Justiça, ele tentou matar outras 14 pessoas, entre mulheres e crianças. Elas escaparam por ficarem trancadas em suas salas, que o autor dos crimes não conseguiu invadir.

Após os assassinatos, o invasor tentou se matar, mas foi impedido por outras pessoas no local. Ele foi hospitalizado e se recuperou, mas está preso desde o dia do crime.

Segundo a acusação, o réu planejou o atentado por 10 meses. Sem relação direta com a creche, ele teria escolhido esse alvo por sua facilidade, já que tentou comprar armas de fogo mas não conseguiu.