Jovens do Guarujá são intimidados por PMs em audiência sobre chacina

Seis jovens que acompanhavam uma audiência pública sobre a Operação Escudo na Baixada Santista foram intimidados por policiais militares na região da avenida Paulista, região central de São Paulo.

O que aconteceu

Jovens haviam saído durante a audiência promovida pelo Conselho Nacional de Direitos Humanos, pela Defensoria Pública e outros órgãos para ir até uma lanchonete na região. Nesse momento, três viaturas da polícia abordaram o grupo. Todos vivem no Guarujá, no litoral, e estavam em São Paulo pela primeira vez.

Durante a abordagem, quatro jovens correram — um deles tem esquizofrenia. Os jovens que permaneceram no local disseram que os PMs afirmaram que sabiam que os rapazes estavam participando da audiência pública. Os agentes fazem parte do 12º Batalhão da Polícia Militar.

O UOL entrou em contato com a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo, mas até o momento não obteve retorno.

Ainda durante a abordagem, um dos jovens contou que "a todo momento" o agente escondia a câmera corporal com a mão. O rapaz disse que o PM perguntou seu nome e o nome da mãe dele. O jovem se negou a responder o nome completo da mãe e o PM teria, então, afirmado que sabia que a mãe dele estava no prédio da Defensoria, onde ocorria a audiência.

O jovem disse ainda que o agente chegou a puxar a arma ao afirmar que encontraria os rapazes que saíram correndo. Os quatro foram encontrados por outros moradores do Guarujá.

O que dizem os envolvidos

A Ouvidoria das Polícias de São Paulo acionou a Corregedoria e informou o corregedor Edson Simeira sobre o que ocorreu. Ele se comprometeu a abrir um procedimento para ouvir as pessoas que foram abordadas. A Ouvidoria está abrindo um procedimento para saber como os PMs sabiam que os jovens moradores do Guarujá estavam no prédio da Defensoria.
Cláudio da Silva, ouvidor das Polícias de São Paulo

Representantes das polícias foram convidados para a audiência pública sobre abusos ocorridos durante a Operação Escudo na Baixada Santista. Nenhum deles compareceu, mas os jovens acreditam que havia policiais descaracterizados assistindo a audiência.

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