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Caso Heloísa: MPF recorre e cita perigo à família ao pedir prisão de PRFs

Heloísa dos Santos Silva, de 3 anos, foi baleada em ação da PRF; ela morreu em decorrência dos ferimentos Imagem: Reprodução/Redes Sociais

Do UOL, em São Paulo

27/09/2023 20h02Atualizada em 27/09/2023 20h05

O MPF (Ministério Público Federal) recorreu e pediu novamente que a Justiça prenda os três policiais rodoviários federais acusados da morte da menina Heloísa dos Santos Silva, de três anos, atingida com um tiro de fuzil em uma ação da corporação no Rio de Janeiro.

O que diz o MPF

Procurador argumenta que liberdade de policiais coloca em risco testemunhas e o andamento da investigação. No recurso, protocolado na segunda-feira (25), Eduardo Benones elenca motivos pelos quais a prisão preventiva se adequa aos casos dos agentes Matheus Domicioli Soares Viegas Pinheiro, Wesley Santos da Silva e Fabiano Menacho Ferreira — que assumiu a autoria dos disparos.

O ser policial no caso não é mera circunstância. Não estavam eles no lazer num domingo à tarde. As vítimas vivenciaram a experiência de vê-los armados, inclusive com armas de longo alcance. As vítimas tiveram contatos e embates verbais com estes policiais. Elas, as vítimas, são capazes de identificá-los e eles, os policiais, são capazes de identificá-las.
Eduardo Benones em recurso que pede a prisão dos três agentes da PRF acusados pela morte de Heloísa

Além dos indícios de autoria por parte de um dos policiais, há "perigo psicossocial que se concretiza em atos de assédio e tem como consequências o pavor, o temor, o medo e o silêncio de testemunhas", elencou Benones na ação direcionada ao Tribunal Regional Federal da 2ª Região.

A presença de 28 policiais rodoviários no hospital e a não preservação da cena do crime também são pontos relembrados por Benones quando cita a necessidade da preventiva, em sua avaliação. Ele chamou a atitude de "corporativismo intimidatório" que pode continuar a intimidar a família de Heloísa.

O caso

Heloísa foi baleada dentro do carro da família em Seropédica, na Baixada Fluminense, no último dia 7. Os familiares disseram que os tiros partiram da polícia, que afastou três agentes. No carro, estavam a menina, os pais, a irmã e uma tia.

O agente da PRF Fabiano Menacho Ferreira disse em depoimento que disparou contra o carro "depois que ouviu o barulho de tiro", segundo a TV Globo. De acordo com o policial, ele e dois colegas começaram a perseguir o veículo após constatarem que o automóvel era roubado.

A PRF afastou três policiais e diz que a Corregedoria apura o caso. Em nota, a corporação afirma que os agentes também passarão por avaliação psicológica e expressa "profundo pesar" pela situação.

O diretor-geral da PRF, Fernando Oliveira, disse que os agentes são proibidos de atirar contra automóveis, mesmo em caso de fuga. Segundo ele, qualquer excesso cometido por parte de agentes não tem apoio do presidente Lula (PT), nem do ministro da Justiça, Flávio Dino, e nem dele.

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