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Mãe de menina morta após ser baleada pela PRF faz desabafo: 'Sofreu tanto'

A mãe da menina Heloísa dos Santos Silva, de 3 anos, morta após ser baleada durante ação da PRF (Polícia Rodoviária Federal), na Baixada Fluminense, fez um desabafo nas redes sociais e lembrou os últimos dias ao lado da filha.

O que aconteceu:

Alana dos Santos Silva contou que a filha foi forte e "lutou muito" durante os dias internada. Heloísa precisou passar por cirurgia, ficou nove dias internada em "estado gravíssimo" no hospital, mas não resistiu aos ferimentos.

"Foi uma despedida tão dolorosa, ver você naquele sofrimento, lutando tanto, sendo tão forte, me encheu de esperança a todo momento", contou.

O tiro acertou a cabeça e a coluna da criança, que morreu por "lesão transfixante de encéfalo por projétil de arma de fogo", segundo apontou o laudo do IML (Instituto Médico Legal) sobre a morte de Heloísa.

A mãe da menina também criticou o despreparo dos policiais: "Pessoas que eram para nos proteger, sendo tão despreparadas". E se desculpou com a filha por "não protegê-la".

Alana ainda relatou o desespero da família com a situação, e a reação da irmã mais velha à falta de Heloísa: "Sua irmã sente tanto a sua falta, que ela grita pelo seu nome", escreveu, e continuou: "Sua família te ama tanto, que aqui não serei capaz de dizer".

Minha filha sofreu tanto, sentiu tanta dor. Lembro dos gritos de desespero da minha família e dela em especial
Alana dos Santos Silva, mãe de Heloísa

O pai da menina também fez uma homenagem e declaração de amor para a filha nas redes sociais. Willian Silva pediu por justiça e lembrou como eram os dias ao lado da menina: "enquanto você esteve aqui você nos trouxe paz, união, alegria, amor, realmente um anjo", escreveu.

Papai queria poder ter ido em seu lugar, tenha absoluta certeza disso, mas os planos de Deus não são os nossos e quem sou eu para questioná-lo. No hospital, eu acreditei com todas as minhas forças até o último segundo, e mesmo com todos os aparelhos desligados eu pensei em algum momento ligar tudo de novo por conta própria, só queria sair de lá com você em meus braços e ir embora pra casa.
Willian Silva, pai de Heloísa

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Heloísa morreu na manhã desse sábado (16) um hospital de Duque de Caxias. A morte aconteceu após uma parada cardiorrespiratória irreversível, informou a prefeitura. Ela foi enterrada na tarde de domingo (17), em Petrópolis, onde mora a família.

O caso

Heloísa foi baleada dentro do carro da família em Seropédica, na Baixada Fluminense, no último dia 7. Os familiares disseram que os tiros partiram da polícia, que afastou três agentes. No carro, estavam a menina, os pais, a irmã e uma tia.

O agente da PRF Fabiano Menacho Ferreira disse em depoimento que disparou contra o carro "depois que ouviu o barulho de tiro", segundo a TV Globo. De acordo com o policial, ele e dois colegas começaram a perseguir o veículo após constatarem que o automóvel era roubado.

A PRF afastou três policiais e diz que a Corregedoria apura o caso. Em nota, a corporação afirma que os agentes também passarão por avaliação psicológica e expressa "profundo pesar" pela situação.

O diretor-geral da PRF, Fernando Oliveira, disse que os agentes são proibidos de atirar contra automóveis, mesmo em caso de fuga. Segundo ele, qualquer excesso cometido por parte de agentes não tem apoio do presidente Lula (PT), nem do ministro da Justiça, Flávio Dino, e nem dele.

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83 comentários

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Marcos Roberto

PRF só serve pra pedir propina 

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Luiz Fernando Pizzo

Infelizmente uma soma de atrocidades. A primeira é a compra de um veículo roubado, erro crasso do pai (bastaria ir a um despachante) e na neurose social que vive com violência extrema. Ora, os policiais lidam constantemente com o perigo, o que já é motivo de cometerem abusos sem perceber (a exemplo de ouvir tiros ou visualizarem algum movimento brusco).  A segunda é o despreparo na abordagem PRF, pois creio que perceberam no veículo mais pessoas, avisando outros agentes da corporação a frente ou, quanto a atirar,  ser nos pneus.  Certamente é um episódio triste onde a vítima foi uma criança, inocente e alheia de uma sociedade completamente deturpada. 

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Maria Silvia Barrozo

Muito triste pela perda e dor desta familia, tantas crianças mortas em situações similares,  familias em luto e pessoas tentando crucificar as vitimas não os algozes, que são despreparados e deviam ser punidos exemplarmente. A PRF ja deu mostras que precisa rever suas ações, preparar melhor seus profissionais, e punir quem faz besteira. Como disse Gilmar Mendes a sociedade precisa rever o papel desta instituição, se vale a pena mantê-la. Em menos de 1 anos, duas mortes terríveis, e após processos judiciais,  as indenizações por atrocidades feitas, são pagos pela população. 

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