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Dentista achada carbonizada tinha medida protetiva contra ex-namorado

28/09/2023 19h59Atualizada em 28/09/2023 19h59

A dentista Bruna Angleri, 40, encontrada carbonizada na quarta-feira (27), já tinha uma medida protetiva com o ex-namorado. Segundo a polícia, ele é um dos suspeitos pela morte dela. O crime ocorreu no Distrito Industrial, em Araras (SP), a 171 km de São Paulo.

O que aconteceu:

A vítima contou à polícia que o ex havia invadido sua casa e quebrado alguns móveis.

Ela prestou queixa no dia 10 de agosto, segundo o delegado Tabajara Zuliani dos Santos, à frente da investigação do caso.

O principal suspeito do crime, que não teve o nome divulgado, prestou depoimento ontem e foi liberado.

Bruna e o ex-namorado tiveram um relacionamento de sete meses, disse ao UOL Wagner Moraes, advogado do homem ouvido pela polícia. Moraes acrescentou ainda que seu cliente chegou a morar na casa da vítima.

Eles teriam decidido se separar há pouco mais de um mês. "Ele foi acionado para prestar depoimento, uma vez que na cidade começaram a circular o nome dele como principal suspeito. Em seu depoimento, negou a autoria, colaborou com tudo, deixou celular para ser periciado, deu detalhes e nomes das pessoas com quem estava e onde estava e foi liberado", detalhou o advogado.

O UOL também questionou o advogado sobre a medida protetiva de Bruna, mas Moraes não comentou.

O caso

Bruna Angleri foi encontrada em cima da cama, já sem vida. O caso foi registrado como homicídio.

O delegado ressaltou que a vítima foi "severamente" agredida no rosto, que estava "cheio de fraturas". A dentista também tinha hematomas e uma costela fraturada.

À espera dos laudos do IML, a polícia quer saber se há alta concentração de gás carbônico no sangue da vítima. O objetivo é esclarecer se ela já estava morta quando foi queimada, ou se ainda estava viva.

O legista, que é muito experiente, entende que provavelmente não [estava viva quando foi queimada], porque as vias aéreas dela, em termos de fuligem, de fogo, qualquer coisa nesse sentido, estavam limpas. Mas ele não pode dar 100% de certeza antes desse laudo toxicológico.
Tabajara Zuliani dos Santos, delegado à frente da investigação

A dentista era coordenadora de pós-graduação de uma faculdade em Araras. Ela deixa um filho. Nas redes sociais, amigos e familiares publicaram homenagens de despedida para Bruna.

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo afirmou que o caso é investigado pela Delegacia de Polícia de Araras.

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