Rio: Polícia faz operação contra facções; criminosos atiram em helicópteros
Do UOL*, no Rio de Janeiro e em São Paulo
09/10/2023 08h04Atualizada em 09/10/2023 14h17
Dois helicópteros da polícia do Rio de Janeiro foram atingidos por tiros durante uma operação na Vila Cruzeiro na manhã de hoje.
O que aconteceu
Nenhum agente foi ferido pelos tiros e as aeronaves conseguiram fazer pousos forçados em segurança, segundo a Polícia Civil.
Os dois veículos atingidos eram blindados e faziam parte da Operação Maré, deflagrada na manhã de hoje. Um deles foi da Polícia Civil; o outro, da PM.
As forças de segurança minimizaram os danos causados pelos tiros em conversa com jornalistas na manhã de hoje.
Nossas aeronaves estão preparadas, nossa tripulação é extremamente técnica. Seguindo o protocolo da aviação, elas são obrigadas a pousar para avaliar o dano causado. As aeronaves são preparadas e estão sendo avaliadas, se vão voltar a voar.
Secretário da Polícia Civil do Rio de Janeiro, José Renato Torres, em conversa com a imprensa
O helicóptero da civil foi atingido no tanque de combustíveis e o da PM ficou com o projétil preso no para-brisa, segundo informações da TV Globo confirmadas pelo UOL.
Operação
A operação conjunta das polícias conta com mil agentes para cumprir mandados de prisão contra 100 pessoas no Complexo da Maré, segundo a Polícia Civil.
A expansão da operação para o Complexo da Penha (onde fica a Vila Cruzeiro) e a Cidade de Deus ocorreu após o serviço de inteligência da polícia detectar a movimentação dos chefes das organizações criminosas da Maré.
A atividade de inteligência das forças de segurança do Governo do Rio de Janeiro detectou a migração dos chefes de organizações criminosas para a Cidade de Deus e para a Vila Cruzeiro. Por isso foi necessário expandir o território de atuação.
Governo do Rio de Janeiro, em nota
Houve registro de tiros, barricadas pegando fogo e presença de pelo menos cinco veículos blindados na comunidade de Vila Cruzeiro, segundo imagens da TV Globo.
Os alvos dos mandados têm relação com o Comando Vermelho e causam "instabilidade" na segurança da região, segundo o secretário.
Drones com câmeras para mapeamento de áreas em 3D e zoom de longo alcance são usados na operação, segundo a Polícia Civil.
As imagens dos equipamentos são enviadas em tempo real para o Centro Integrado de Comando e Controle (CICC). No Complexo da Maré, foi encontrado um laboratório de refino de drogas e fabricação de explosivos.
No local, quatro suspeitos foram presos e encaminhados à Cidade da Polícia, na zona norte da cidade. Na Maré, as equipes também atuando na retirada de barricadas.
As penitenciárias Gabriel Ferreira Castilho (Bangu 3) e na Penitenciária Jonas Lopes de Carvalho (Bangu 4) também têm atuação das forças estaduais durante as operações.
A intenção é impedir que as lideranças do tráfico que estão presas no Complexo de Bangu transmitam ordens a comparsas nas favelas alvo da operação.
Para isso, os agentes estão realizando bloqueio prévio do sinal de celular a apreendendo aparelhos.
Os agentes utilizam um scanner de mão para checar esconderijos improvisados por presos para esconder os celulares e outros itens.
A operação ocorre dias após as mortes de três médicos em uma execução na Barra da Tijuca na madrugada da quinta-feira. Os assassinatos em questão seriam obra do crime organizado, segundo as investigações da polícia.
A suspeita da polícia é de que o crime tenha ocorrido por engano e o alvo dos tiros fosse outro homem, filho de um miliciano, confundido com um dos médicos no local.
*Com informações do Estadão Conteúdo