Conteúdo publicado há 7 meses

Ex-namorado suspeito de matar e carbonizar dentista é preso em São Paulo

O principal suspeito de matar a dentista Bruna Angleri, 40, encontrada carbonizada dentro da própria casa no dia 27 de setembro, foi preso na noite deste domingo (8) próximo a Ribeirão Preto, no interior de São Paulo. O UOL confirmou a informação. O crime ocorreu no fim de setembro no Distrito Industrial, em Araras (SP), a 171 km de São Paulo.

O que aconteceu:

O cantor sertanejo João Vitor Malachias teve a prisão temporária decretada pela Justiça na sexta-feira (6), mas estava foragido até este domingo. A prisão temporária tem duração de 30 dias, sendo possível prorrogar por mais 30 dias. João nega o crime.

Ainda não há detalhes sobre a prisão do suspeito.

Apesar da prisão, a investigação continua, segundo Tabajara Zuliani dos Santos, delegado responsável pelo caso.

Nesta semana, a Polícia Civil conseguiu colher mais provas e pediu a prisão temporária do cantor sertanejo, o que foi aceito pela Justiça. A informação foi confirmada ao UOL por Daniel Salviato, advogado da família de Bruna.

Ainda na sexta, quando o mandado iria ser cumprido, João Vitor fugiu de carro pela rodovia Anhanguera, com ajuda de outras pessoas, segundo Salviato. A Record TV divulgou imagem que mostra o cantor em um posto de gasolina pouco tempo antes de empreender fuga.

As autoridades foram informadas da localização de João, sendo iniciada uma perseguição, que terminou com o cantor abandonando o próprio veículo próximo à região do município de Cravinhos e fugindo a pé.

Apesar do cerco montado durante a noite e madrugada de sábado (7) pela polícia, o cantor sertanejo não foi encontrado e era considerado foragido desde então. Antes da expedição do mandado, o homem chegou a ser ouvido pela Polícia Civil, mas foi liberado por falta de provas.

João namorou Bruna durante sete meses e não aceitava o fim do relacionamento, segundo familiares da vítima.

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Procurado pelo UOL, o advogado de João Vitor, Wagner Moraes, disse que a defesa "vai se manifestar exclusivamente nos autos, uma vez que o processo encontra-se em segredo de justiça".

Dentista tinha medida protetiva contra ex-namorado

A dentista já tinha uma medida protetiva com o ex-namorado.

Ao registrar a queixa, a vítima contou à Polícia Civil que o ex havia invadido sua casa e quebrado alguns móveis. Ela prestou queixa no dia 10 de agosto, segundo o delegado Tabajara Zuliani dos Santos, à frente da investigação do caso.

Bruna e o ex-namorado tiveram um relacionamento de sete meses, disse ao UOL Wagner Moraes, advogado de João Vitor. Moraes acrescentou ainda que seu cliente chegou a morar na casa da vítima.

Eles teriam decidido se separar há pouco mais de um mês antes do crime. "Ele foi acionado para prestar depoimento, uma vez que na cidade começaram a circular o nome dele como principal suspeito. Em seu depoimento, negou a autoria, colaborou com tudo, deixou celular para ser periciado, deu detalhes e nomes das pessoas com quem estava e onde estava e foi liberado", detalhou o advogado.

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O caso

Bruna Angleri foi encontrada em cima da cama, já sem vida. O caso foi registrado como homicídio.

O delegado ressaltou que a vítima foi "severamente" agredida no rosto, que estava "cheio de fraturas". A dentista também tinha hematomas e uma costela fraturada.

À espera dos laudos do IML (Instituto Médico Legal), a investigação quer saber se há alta concentração de gás carbônico no sangue da vítima. O objetivo é esclarecer se ela já estava morta quando foi queimada ou se ainda estava viva.

O legista, que é muito experiente, entende que provavelmente não [estava viva quando foi queimada], porque as vias aéreas dela, em termos de fuligem, de fogo, qualquer coisa nesse sentido, estavam limpas. Mas ele não pode dar 100% de certeza antes desse laudo toxicológico.
Tabajara Zuliani dos Santos, delegado à frente da investigação

A dentista era coordenadora de pós-graduação de uma faculdade em Araras. Ela deixa um filho. Nas redes sociais, amigos e familiares publicaram homenagens de despedida para Bruna.

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A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo afirmou que o caso é investigado pela Delegacia de Polícia de Araras.

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