PRF pede demissão de agente suspeito de ensinar a fazer 'câmara de gás'
A PRF (Polícia Rodoviária Federal) pediu a demissão do agente Ronaldo Bandeira, suspeito de ensinar a fazer "câmara de gás" dentro de viaturas da corporação.
O que aconteceu
Pedido foi enviado pela corporação ao Ministério da Justiça. Segundo a PRF, Bandeira foi alvo de um processo administrativo disciplinar, no qual a corregedoria geral recomendou sua demissão.
O UOL procurou o ministério para saber se o pedido foi recebido e se Bandeira será demitido, mas ainda não obteve retorno.
Defesa do agente da PRF diz que vai entrar com recurso contra pedido de demissão. Em nota enviada ao UOL, a advogada Mariana Lixa afirmou que o pedido da PRF "tem vários erros formais e materiais e, em alguns aspectos, é abusiva". Veja a íntegra da nota ao fim da reportagem.
Em uma transmissão ao vivo nas redes sociais, Bandeira disse que "paga um preço caro por querer mudar vidas". "Me colocam como uma pessoa vil e cruel [...] Estou tentando entender quais provas foram usadas para essa pena tão dolorida. A palavra de um homem que prendi por embriaguez em 2015 se sobressaiu em relação à minha", afirmou.
Agente da PRF disse que prática deixa 'mansinho'
Em um vídeo, o agente Ronaldo Bandeira, que ministrava uma aula para a empresa Alfacon Concursos, contou como teria colocado um preso em uma viatura e o deixado "mansinho". Ele relatou que lançou uma rajada de spray de pimenta e fechou o veículo em seguida.
A gravação foi resgatada depois que Genivaldo de Jesus Santos, um homem negro de 38 anos, foi morto dessa forma durante ação de policiais rodoviários federais em Sergipe, em 2022.
Em agosto, o ministro da Justiça, Flávio Dino, assinou a demissão dos três agentes da PRF envolvidos na morte de Genivaldo. Eles foram presos em outubro de 2022.
Íntegra da nota da defesa de Ronaldo Bandeira
A defesa foi assumida pela Dra Mariana Lixa e informa que irá recorrer da decisão bem como irá interpor instrumento judicial contra a decisão que, no olhar da defesa, tem vários erros formais e materiais e em alguns aspectos é abusiva. O Ronaldo é um profissional exemplar que está sofrendo com uma ação descabida, desproporcional e sem justa causa alguma. Tenho certeza que se lerem as razões de defesa, nossos fundamentos serão acatados.