Conteúdo publicado há 6 meses

Justiça mantém prisão de marido de cantora gospel Sara Mariano

A Justiça da Bahia manteve a prisão de Ederlan Mariano, esposo da cantora gospel Sara Mariano, e determinou a transferência dele para uma unidade prisional. Sara foi achada carbonizada em uma estrada na última semana e o esposo dela é suspeito de mandar matá-la.

O que aconteceu:

Ederlan passou por audiência de custódia presencial na manhã desta terça-feira (31). Ele teve a prisão temporária emitida e estava preso desde sábado (28).

A juíza Marina Ferrari negou relaxamento da prisão temporária e a revogação da prisão do marido de Sara. Agora, Ederlan ficará preso temporariamente por 30 dias, sendo possível a renovação por mais 30 dias.

Atualmente, Ederlan estava preso na delegacia e a juíza determinou que ele seja transferido para uma unidade prisional adequada, conforme as normas regimentais, explicou o TJBA (Tribunal de Justiça do Estado da Bahia) ao UOL.

Um vídeo mostra o marido de Sara chegando ao fórum do município de Dias d'Ávila, onde ocorreu a audiência, e sendo recebido pela população aos gritos de "assassino" e "monstro". A população tentou agredir o homem quando ele deixou o fórum. Os registros foram divulgados pelo Alô Juca, no Instagram.

O UOL tenta contato com a defesa de Ederlan. A matéria será atualizada tão logo haja manifestação.

Defesa nega confissão

O advogado de defesa afirmou ontem (30) que o cliente não confessou ter mandado matar a esposa, como divulgado pela polícia. Ele ainda ressaltou que Ederlan colabora com as investigações. A entrevista foi concedida ao Alô Juca, no Instagram.

Alencar declarou que o cliente foi traído por Sara mais de uma vez durante o relacionamento deles. A família da vítima contesta essa versão. O casal estava junto havia 13 anos e tem uma filha de 11 anos.

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Deixando bem claro. Não estou julgando poliamor, multiamor, direitos das mulheres de livre arbítrio para se relacionarem com quem quer que seja. Estou tratando de princípios que ela pregava na igreja, que pregava nas redes sociais, no mundo espiritual, e no mundo carnal praticava outra.
Otto Alencar, advogado de Ederlan

Sobre as reclamações que Sara faria aos familiares sobre agressões no relacionamento, o advogado do marido disse achar "estranho" que ela não tenha feito um boletim de ocorrência em 13 anos de relacionamento. "Uma mulher que sofreu tanto e nunca procurou a polícia. Me causa estranheza. É o que eu digo: nunca ouça a história da Chapeuzinho [vermelho] apenas na versão da Chapeuzinho porque se não o lobo sempre será considerado mau."

Entenda o caso:

Sara estava desaparecida desde terça-feira (24) após sair de casa para ir a um evento em uma igreja evangélica e não retornar. A cantora tem mais de 60 mil seguidores em suas redes sociais, onde compartilhava participações em cultos, vídeos cantando e fotos pessoais.

Um motorista buscou Sara em sua casa e teria sido enviado pela instituição religiosa, ainda não identificada. Ela chegou a gravar alguns vídeos registrando a ida, inclusive passando por pedágios.

Na tarde de sexta-feira (27), o marido da cantora gospel disse que reconheceu um corpo carbonizado em uma estrada como sendo da companheira. O corpo estava em uma estrada, no município de Dias d'Ávila, na região metropolitana de Salvador.

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Apesar de o marido de Sara apontar que o corpo seria da cantora, cabe ao DPT (Departamento de Polícia Técnica) fazer os exames para confirmar a identidade, de acordo com a Polícia Civil.

Na manhã de sexta-feira (27), antes da informação sobre a morte, Ederlan Mariano afirmou que registrou um boletim de ocorrência por conta do desaparecimento. Questionado, Ederlan disse não saber qual era o nome da igreja que a esposa tinha como destino. Além disso, de acordo com ele, Sara não recebia formalmente pelas participações nas igrejas, mas sim ofertas voluntárias dos membros.

Soraya Correia, irmã de Sara que mora no Ceará, disse na tarde de sexta-feira (28), logo após o corpo ser achado e reconhecido por Ederlan, "não tirar da cabeça" que o marido e outra pessoa teriam envolvimento na morte de Sara. A entrevista ocorreu em transmissão ao vivo do perfil Alô Juca, no Instagram.

Sara foi velada e enterrada nesta segunda-feira (30), no cemitério da Quinta dos Lázaros, no bairro Baixa de Quintas, em Salvador.

Em caso de violência, denuncie

Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 190 e denuncie.

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Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares.

Também é possível realizar denúncias pelo número 180 — Central de Atendimento à Mulher — e do Disque 100, que apura violações aos direitos humanos.

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