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Brennand se manteve 'predador sexual contumaz', diz Me Too após condenações

As duas condenações proferidas pela Justiça contra Thiago Brennand são consideradas pela ONG Me Too Brasil "respostas à tentativa de silenciamento de mulheres". O empresário foi condenado pela segunda vez na quarta-feira (1º) por agredir a empresária e modelo Helena Gomes em uma academia de São Paulo.

O que aconteceu

As condenações de Brennand são uma forma de resposta à impunidade, segundo a Me Too. A ONG, que atua no enfrentamento à violência sexual e de gênero, disse que as condenações são uma forma de responder às tentativas de silenciamento de mulheres.

"[As condenações] são uma forma de responder à culpabilização das mulheres pelo próprio sistema de segurança pública que, nos casos de Porto Feliz [SP], detectou o favorecimento do acusado por delegadas locais", disse a organização.

As delegadas Nuris Pegoretti e Maria Aparecida Corsato, que apuraram denúncias de agressão e estupro contra Brennand no município, onde ele tem uma casa, foram investigadas em abril por suspeita de favorecer o empresário, que teve casos arquivados pela Justiça. "Além de pedir o arquivamento, foi instaurada à época uma investigação contra a própria vítima que o denunciou", diz o movimento Me Too.

Três inquéritos foram abertos pelas delegadas. Um deles foi instaurado em Porto Feliz (SP) e era investigado por Pegoretti. Os outros dois eram apurados por Corsato, do 27º Distrito Policial, no Campo Belo, zona sul da capital paulista.

'Predador sexual contumaz'

A ONG afirma que Brennand usou seu poder econômico e político para se manter como "um predador sexual contumaz". "Um agressor de mulheres e crianças [que] pôde viver uma vida inteira cometendo crimes e seguindo impune. Os casos envolvendo Thiago Brennand demonstram como se pode construir, com dinheiro, toda uma rede de segurança que protege o agressor e não as vítimas."

A entidade afirmou que o caso de Brennand "expõe a fragilidade das instituições brasileiras na defesa dos direitos das mulheres". A organização diz ainda que o caso "deve ser um exemplo para que as autoridades exerçam a obrigação de defender e reparar as vítimas e não os agressores."

A organização afirma ainda que aguarda a "reparação das vítimas pelo sistema judiciário brasileiro pelos danos causados" pelo empresário em todos os processos que tramitam na justiça.

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Condenações

Brennand foi condenado pela 6ª Vara Criminal Central do Tribunal de Justiça de São Paulo a cumprir prisão em regime semiaberto durante um ano e oito meses por agredir a modelo e empresária Helena Gomes em uma academia de São Paulo.

Em outubro, ele foi condenado pela primeira vez por crime de estupro em Porto Feliz, no interior do estado. A sentença foi de dez anos e seis meses de prisão, em regime fechado, com o pagamento de R$ 50 mil como indenização por danos morais à vítima.

O que dizem acusação e defesa

O advogado de Helena Gomes, Márcio Janjacomo, afirmou que ela recebeu "emocionada" a notícia sobre a condenação. "A vítima, emocionada, recebeu com serenidade a notícia de que, finalmente o réu Thiago foi condenado". Para ela, acrescentou o defensor, a decisão "representa o fim da impunidade".

Seguimos confiantes na Justiça e na luta incansável pelo fim da impunidade à toda forma de violência contra a mulher"
Nota enviada pelos advogados Marcio Cezar Janjacomo, João Vinicius Manssur e Marcelo Luis Roland Zovic

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Um dos advogados de defesa de Brennand, Roberto Podval, discorda das condenações. "A defesa recebe com serenidade a decisão proferida. Se de um lado foram acolhidos alguns aspectos que a defesa discorda, de outro, os exageros perpetrados pelo Ministério Público e assistente de acusação foram devidamente rechaçados."

A defesa reitera a sua confiança no Poder Judiciário e está segura de que os desacertos da decisão serão devidamente enfrentados e corrigidos por oportunidade do recurso defensivo"
Nota enviada pelo advogado Roberto Podval, defensor de Thiago Brennand

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