Greve: Sindicato diz que estuda processar Metrô por assédio moral coletivo
A presidente do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, Camila Lisboa, acusou o Metrô de São Paulo e o governo do estado de praticarem assédio moral contra os trabalhadores em greve. Ela foi entrevistada no UOL News da manhã desta terça-feira (28).
Qualquer pessoa que acompanha o movimento sindical brasileiro vai dizer que 92% de adesão à greve é uma greve fortíssima, apesar de uma conduta e uma prática de assédio moral criminosa feita pela direção do Metrô e pelo governo do estado. Camila Lisboa, presidente do Sindicato dos Metroviários de São Paulo
Estamos acionando a Organização Internacional do Trabalho, a Coordenação Nacional de Liberdades Sindicais e o Ministério Público, porque o que a direção do Metrô praticou no dia e na noite de ontem de fazer pressões individuais, é absolutamente inconstitucional, não condiz com democracia.
O ex-presidente Bolsonaro foi processado, punido e multado por assédio moral coletivo contra jornalistas por recorrentes declarações contra a categoria. Vamos utilizar dessa jurisprudência para criticar essa conduta do governador Tarcísio.
Tarcísio afirmou que não vai negociar e que Sabesp será privatizada
O governador de São Paulo afirmou que as desestatizações estavam previstas na campanha eleitoral dele e continuarão. Para ele, "não aceitar essa posição é não aceitar o resultado das urnas".
Ele também questionou "qual o limite" para as greves e afirmou que os sindicatos foram "tomados por partidos políticos"
"Sabesp vai ser privatizada". Tarcísio afirmou que o Estado continuará o trabalho para privatizar a companhia de saneamento básico.
Liberar as catracas seria irresponsabilidade. Questionado sobre a negativa à proposta do sindicato de funcionamento com catracas liberadas, o governador afirmou que a liberação traria "demanda além do normal sem controle".
Isso é assunto batido, basta ver no passado. Nunca um governador liberou catraca em período de greve. Isso seria uma irresponsabilidade, coloca em risco a vida das pessoas. É uma irresponsabilidade, algo que compromete a segurança, algo que é afastado de pronto.
Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo
O que a Justiça determinou
O Tribunal Regional do Trabalho determinou que 80% dos funcionários do Metrô e 85% da CPTM devem trabalhar durante horário de pico. Fora do horário de pico, 60% dos funcionários das duas empresas devem continuar em seus postos de trabalho, informou a mesma decisão, publicada ontem.
A multa diária para o Sindicato dos Metroviários em caso de não cumprimento da decisão é de R$ 700 mil; para o da CPTM, a multa é de R$ 600 ml. O horário de pico compreende o período entre das 4h às 10h e 16h às 21h.
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