Associação alerta para colapso em cadeia em Maceió: 'Onde há lugar seguro?'
Colaboração para o UOL, em São Paulo
01/12/2023 19h11Atualizada em 01/12/2023 19h13
Há um grande risco de colapso em cadeia para o que está acontecendo em Maceió com o afundamento de mina de sal-gema da Braskem, alerta Alexandre Sampaio, empresário e presidente da Associação de Empreendedores e Vítimas da Mineração em Maceió, durante o UOL News desta sexta-feira (1). Ele questiona o papel das autoridades.
Eles dizem: vão para um lugar seguro. Mas eu pergunto para o geólogo, para o chefe da Defesa Civil, o prefeito de Maceió, onde há lugar seguro no entorno do mapa? Alguém pode garantir que aquelas pessoas estão em segurança podendo haver um colapso em cadeia dessas minas? Alexandre Sampaio, da Associação de vítimas de Maceió
O presidente da associação das vítimas afirma que esteve em contato com especialistas geólogos e geofísicos e aponta novamente para o grande risco de haver uma reação em cadeia.
O grande risco, que as autoridades não estão falando e que eu tenho o dever de dizer porque conversei com geólogos e geofísicos, estou acompanhando isso há 5 anos, é que pode haver reação em cadeia. Se houver, não há caso parecido na literatura mundial. Alexandre Sampaio, da Associação de vítimas de Maceió
Não há como fazer modelos matemáticos precisos. Não há como a Defesa Civil, resumindo, garantir que a população ali vizinha do mapa de risco [...], do outro lado do lago do pinheiro onde tem prédios de 5, 10, 15, 20 andares estejam seguros. Alexandre Sampaio, da Associação de vítimas de Maceió
Crítico da Braskem, Alexandre diz que a empresa teria cometido diversos crimes e cita alguns deles.
A principal artimanha da Braskem é uma estratégia de apagamento do crime. Há vários crimes aqui, mas o que posso falar é o seguinte: crime da mineração irresponsável que abre minas em áreas densamente povoadas sem nenhum critério técnico, respeitar distância e pressurização. Uma lambança do ponto de vista geológico, legal e ético. Alexandre Sampaio, da Associação de vítimas de Maceió
O crime não fica restrito a isso. O primeiro crime é esse, o segundo é se articular com o sistema de Justiça. Com o Ministério Público Federal e Estadual, com Defensoria Pública da União, e criar um falso arcabouço legal a partir do qual ela [a Braskem] diz que está tudo em ordem porque fez e está cumprindo tudo que foi combinado com as autoridades. Só que agora a casa está caindo porque viram que tudo é mentira. denuncia Alexandre Sampaio, da Associação de vítimas de Maceió
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