Colapso de mina em Maceió: bairro registrou mais de mil abalos em 5 dias
O bairro de Maceió que está em alerta para o colapso de uma mina da Braskem teve mais de mil abalos sísmicos em cinco dias, disse o diretor da Defesa Civil Nacional, Paulo Falcão.
O que aconteceu
Tremores foram registrados no período de 19 a 24 de novembro na área do bairro de Mutange. Além da quantidade elevada de abalos, observou-se que a profundidade dos sismos se tornava mais rasa, indicando uma possível movimentação da cavidade em direção à superfície", acrescentou Falcão.
Os abalos também foram sentidos nos bairros Pinheiro e Bebedouro. Os locais estão isolados e os moradores foram realocados.
"A Defesa Civil Nacional e o Gade (Grupo de Apoio a Desastres) já monitoram a situação do lugar há muito tempo. Por determinação do presidente Lula e do presidente em exercício, Geraldo Alckmin, estamos com todo o nosso aparato de prontidão para auxiliar Alagoas em caso de necessidade", disse o ministro do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes.
Governo decretou emergência em Maceió
Góes disse hoje em entrevista à CNN Brasil ter reconhecido estado de emergência em Maceió. Uma mina explorada pela Braskem na cidade pode colapsar a qualquer momento.
Ministro disse que decreto de estado de emergência deve ser publicado ainda hoje. Ele vai sair em edição extraordinária do Diário Oficial da União.
O ministro também afirmou que está enviando uma força-tarefa à região. O grupo inclui o secretário nacional de Defesa Civil, Wolney Barreiros, e o secretário-executivo do ministério do Desenvolvimento Regional, Valder Ribeiro de Moura.
Mina pode abrir cratera de 300 metros
A Braskem escavou poços na região para extração de sal-gema de 1979 a 2019. O material pode ser usado para produzir PVC, por exemplo.
Ao longo desses 40 anos de exploração, minas vazaram líquido e causaram instabilidade no solo. Esse processo levou ao afundamento de cinco bairros, e quase 60 mil pessoas tiveram de deixar suas casas nos últimos cinco anos.
Área de risco foi ampliada ontem por determinação judicial. Mais 1.700 lotes devem ser desocupados —cada lote abriga, no mínimo, uma residência.
A Defesa Civil de Alagoas afirmou que um desabamento poderia abrir uma cratera com 300 metros de diâmetro na capital do estado. A população foi orientada a não transitar pela região.
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