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Oitiva de dono de oficina que modificou BMW onde jovens morreram é adiada

Quatro jovens foram encontrados mortos dentro de BMW Imagem: Divulgação/Polícia Militar de SC

Do UOL, em São Paulo

17/01/2024 15h48

A Polícia Civil de Santa Catarina adiou o depoimento do dono da oficina que modificou a BWM onde quatro jovens morreram por asfixia.

O que aconteceu

A polícia aguarda envio de laudos que vão embasar a apuração do caso. Segundo a corporação, o delegado Vicente Soares, titular das investigações, vai remarcar os depoimentos após receber os documentos, disse a Polícia Civil.

Oficina nega que modificação matou jovens

A defesa da oficina disse que a troca de escapamento foi realizada por outra empresa. O advogado David Soares não informou, porém, o nome da terceirizada, nem quando ou onde a peça foi fabricada ou adquirida.

Mecânica é, na verdade, uma loja de "estética automotiva". Segundo o advogado, são serviços que incluem "uma lavagem especial, micro pinturas, entre tantos outros".

A customização

A polícia disse, na semana passada, que acreditava que a customização foi feita de forma "caseira". No momento, trabalha-se com a hipótese de indiciamento por homicídio culposo.

Medições detectaram concentrações de, no mínimo, 1.000 ppm (partículas por milhão) de monóxido de carbono dentro do carro. Para se ter uma ideia, a leitura em um carro sem adulteração é de 20 a 30 ppm, direto na saída do escapamento. Essa concentração, de 1.000 ppm, é suficiente para provocar inconsciência e levar à morte em um período entre uma e duas horas.

A modificação que trocou o catalisador do escapamento por um downpipe foi feita em Aparecida de Goiânia, em Goiás. O downpipe proporciona maior vazão do fluxo de gases, aumentando a rotação da turbina e assim conseguindo gerar mais potência para o carro.

Jovens morreram asfixiados

O sistema de escapamento da BMW havia sido adulterado, o que provocou o vazamento do gás tóxico para o interior do veículo. A explicação foi dada em entrevista coletiva após análise da Polícia Científica.

As vítimas ficaram entre três e quatro horas na rodoviária de Balneário Camboriú. Os quatro foram ao local para buscar a namorada de um deles, que vinha de ônibus de Minas Gerais.

A montadora não tem qualquer responsabilidade, concluiu a polícia. A modificação foi feita posteriormente, em uma oficina que não tem relação com a BMW.

Namorada disse que grupo que a esperava relatou enjoos e tonturas. Segundo ela, as vítimas decidiram ficar dentro do carro até que se sentissem melhor. Nesse período, eles ficaram o tempo todo com o ar-condicionado ligado.

Gustavo, Thiago, Karla e Nicolas foram encontrados mortos em uma BMW em Balneário Camboriú (SC) Imagem: Reprodução/Instagram

Quem eram as vítimas

Os quatro mortos eram de Minas Gerais. Eles estavam morando em São José, na grande Florianópolis, há cerca de um mês.

As vítimas foram identificadas como Gustavo Pereira Silveira Elias, de 24 anos, Tiago de Lima Ribeiro, 21, Karla Aparecida dos Santos, 19, e Nicolas Kovaleski, 16 anos.

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