Mortes em BMW: jovens foram asfixiados por monóxido de carbono, diz laudo
A morte dos quatro jovens encontrados em uma BMW no dia 1° de janeiro em Balneário Camboriú (SC) foi causada por intoxicação provocada por vazamento de monóxido de carbono do veículo.
O que se sabe
O sistema de escapamento da BMW havia sido adulterado, o que provocou o vazamento do gás tóxico para o interior do veículo. O anúncio foi feito em entrevista coletiva concedida hoje após análise da Polícia Científica.
Os mecânicos responsáveis serão ouvidos pela polícia, que acredita que a customização foi feita de forma "caseira". No momento, trabalha-se com a hipótese de indiciamento por homicídio culposo.
A montadora não tem qualquer responsabilidade, concluiu a polícia. A modificação foi feita posteriormente, em uma oficina que não tem relação com a BMW.
A perícia não localizou drogas nem bebidas no carro, assim como uso de entorpecentes pelas vítimas. Todos morreram por asfixia pelo monóxido de carbono.
Medições detectaram concentrações de, no mínimo, 1.000 ppm (partículas por milhão) de monóxido de carbono dentro do carro. Para se ter uma ideia, a leitura em um carro sem adulteração é de 20 a 30 ppm, direto na saída do escapamento. Essa concentração, de 1.000 ppm, é suficiente para provocar inconsciência e levar à morte em um período entre uma e duas horas.
A modificação que trocou o catalizador do escapamento por um downpipe foi feita em Aparecida de Goiânia, em Goiás. O downpipe proporciona maior vazão do fluxo de gases, aumentando a rotação da turbina e assim conseguindo gerar mais potência para o carro.
Jovens morreram asfixiados
As vítimas ficaram entre três e quatro horas na rodoviária de Balneário Camboriú. Os quatro foram ao local para buscar a namorada de um deles, que vinha de ônibus de Minas Gerais.
Namorada disse que grupo que a esperava relatou enjoos e tonturas. Segundo ela, as vítimas decidiram ficar dentro do carro até que se sentissem melhor. Nesse período, eles ficaram o tempo todo com o ar-condicionado ligado.
Quem eram as vítimas
Os quatro mortos eram de Minas Gerais. Eles estavam morando em São José, na grande Florianópolis, há cerca de um mês.
As vítimas foram identificadas como Gustavo Pereira Silveira Elias, de 24 anos, Tiago de Lima Ribeiro, 21, Karla Aparecida dos Santos, 19, e Nicolas Kovaleski, 16 anos.
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