OPINIÃO
Josias: Operação Escudo inspira mais medo do que respeito em SP
Colaboração para o UOL, em São Paulo
22/01/2024 11h12
A resposta do governo de São Paulo aos ataques contra cinco policiais inspira mais medo do que respeito, afirmou o colunista Josias de Souza no UOL News desta segunda (22).
É perturbadora a notícia de que cinco policiais foram atacados por bandidos no intervalo de 24 horas em diferentes regiões de São Paulo. É igualmente inquietante que a resposta do Estado governado por Tarcísio de Freitas inspira mais medo do que respeito. Josias de Souza, colunista do UOL
O que aconteceu?
A SSP (Secretaria da Segurança Pública) retomou as operações Escudo neste fim de semana. A decisão foi anunciada após cinco ataques a policiais no estado de São Paulo em 24 horas. Uma policial militar morreu e outros quatro ficaram feridos.
Resposta reforça barbárie, diz Josias
Josias questionou os resultados da Operação Escudo realizada no Guarujá no ano passado, com 28 mortes e denúncias de tortura e abuso de autoridade. Para o colunista, "não é concebível que a resposta do Estado à bandidagem seja a reiteração da barbárie".
A última Operação Escudo, no Guarujá, resultou na morte de 28 pessoas. Você se pergunta: agora foram cinco ataques a policiais; haverá 140 mortos? Não é concebível que bandidos ataquem policiais e permaneçam impunes. É preciso investigar, identificar os responsáveis e puni-los. Essa Operação Escudo não é um bom exemplo, mas é um extraordinário aviso, muito inquietante.
O que se espera é que essas novas Operações Escudo não reincidam naquelas práticas do ano passado. Tarcísio deveria zelar para que não ocorressem excessos, mas o critério do governador se tornou muito flexível. Estamos diante de um quadro extremamente perturbador. Josias de Souza, colunista do UOL
Tales: Operação Escudo deveria se chamar Operação Matança
Tales Faria criticou a postura de Guilherme Derrite, secretário de Segurança Pública de São Paulo, com o endurecimento das ações policiais. Para o colunista, a estratégia "não tem dado certo", já que o crime organizado "reagiu e se fortaleceu".
O nome está errado. Não deveria ser Operação Escudo, mas Operação Matança, que foi o que ocorreu no Guarujá. A polícia entrou lá para matar. As declarações de Guilherme Derrite mostram que a disposição é fazer a mesma coisa. Ele está com uma postura de extrema dureza. O que ele propõe é um regime de exceção. Tales Faria, colunista do UOL
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