Tiro que matou mulher indígena na BA saiu da arma de filho de fazendeiros
O tiro que matou a indígena Maria de Fátima Muniz, conhecida como Nega Pataxó, na Bahia, foi disparado pela arma de um filho de fazendeiros, apontou perícia do DPT (Departamento de Polícia Técnica). A informação foi noticiada pelo O Globo e confirmada pelo UOL.
O que aconteceu
O filho de fazendeiros, de 19 anos, é um dos dois presos após o conflito. O outro é um policial militar da reserva, 60, informou a Polícia Civil da Bahia.
O presidente Lula (PT) prometeu nesta terça-feira (23) uma resposta federal ao conflito no estado. "Quero colocar o governo federal à disposição do Jerônimo (Rodrigues, governador da Bahia) e dos povos indígenas para encontrar uma solução de forma pacífica", disse Lula em entrevista à Rádio Metrópole, de Salvador.
MPF (Ministério Público Federal) e Defensorias Públicas da União e da Bahia citam ligação com milícia. Os órgãos divulgaram um comunicado em que afirmam que o assassinato de indígenas tem ligação com a atuação de uma milícia armada que atua no estado.
Investigações apontam que o grupo conta com a participação de PMs. As apurações começaram após a implantação de um gabinete de crise instalado pelo Ministério dos Povos Indígenas para investigar o assassinato de três jovens indígenas no sul da Bahia, entre setembro de 2022 e janeiro de 2023.
Entenda o caso
A mulher pataxó foi assassinada no domingo (21) em Potiraguá, sul da Bahia. O conflito aconteceu após fazendeiros, membros de um grupo autointitulado "Invasão Zero", tentarem expulsar indígenas que ocupavam uma fazenda na região.
Maria de Fátima Muniz, conhecida como Nega Pataxó, foi baleada e morreu. Ela chegou sem vida à unidade básica de saúde do município de Potiraguá, segundo a secretária de saúde do município, Keila Teixeira.
O cacique Nailton Pataxó, irmão de Nega Pataxó, também foi baleado e encaminhado para cirurgia.
O Ministério dos Povos Indígenas afirma que a ação foi mobilizada por cerca de 200 fazendeiros em trocas de mensagens no WhatsApp.
Deixe seu comentário
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.