Conteúdo publicado há 3 meses

MP e defensorias citam ligação de milícia de PMs com mortes indígenas na BA

O MPF e as Defensorias Públicas da União e da Bahia afirmam que o assassinato de indígenas tem ligação com a atuação de uma milícia armada que atua no estado.

O que aconteceu

Investigações apontam que o grupo conta com a participação de PMs. Segundo comunicado do MPF e das defensorias, as apurações começaram após a implantação de um gabinete de crise instalado pelo Ministério dos Povos Indígenas para investigar o assassinato de três jovens indígenas no sul da Bahia, entre setembro de 2022 e janeiro de 2023.

Reuniões de gabinete de crise terminaram sem apontar soluções para o problema de segurança. O MPF e as defensorias dizem que o governo da Bahia negou solicitações feitas por lideranças indígenas para utilização da Força Nacional na região após as mortes. A gestão estadual teria alegado que a segurança poderia ser feita pelas próprias forças locais.

Nota do MPF e das defensorias diz que de medidas de autoridades são "insuficientes". "As instituições signatárias desta nota, desde o início de 2023, portanto, há mais de um ano, têm formulado diversos pedidos encaminhados aos entes estatais, clamando por um programa de segurança voltado às necessidades e especificidades destes grupos vulneráveis. No entanto, a resposta até o momento tem sido insuficiente", diz o comunicado.

O UOL entrou em contato com o governo da Bahia. Em caso de manifestação, esse texto será atualizado.

Indígena foi baleada e morreu no domingo (21)

A vítima foi Maria de Fátima Muniz, conhecida como Nega Pataxó. Ela foi morta durante a ação de um grupo de fazendeiros que diz que tentava retomar um terreno ocupado por indígenas em Potiraguá.

Maria de Fátima foi atendida, mas chegou sem vida à unidade básica de saúde da cidade. O óbito foi confirmado pela secretária de saúde do município, Keila Teixeira.

O cacique Nailton Pataxó, irmão de Nega Pataxó, também foi baleado e encaminhado para cirurgia. Segundo o Ministério dos Povos Indígenas, ele foi atingido no rim e atendido no Hospital Cristo Redentor, em Itapetinga.

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Entre os feridos está uma mulher que teve o braço quebrado. Outros feridos também foram hospitalizados, mas não correm risco de morte.

Dois fazendeiros foram presos sob a suspeita de terem atirado, segundo a Secretaria de Segurança Pública do Estado da Bahia (SSP). Eles portavam armas de fogo no momento da detenção.

Os fazendeiros chegaram atirando. Na confusão, quem conseguiu fugiu. Meu filho e minha neta estão entre os que ainda não apareceram. Manoel Muniz, irmão de Nega Pataxó e do cacique Nailton Pataxó

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