PF mira quadrilha que criou vírus virtual para desviar 3,6 milhões de euros
Colaboração para o UOL
30/01/2024 09h41Atualizada em 30/01/2024 12h43
A Polícia Federal deflagrou hoje uma operação que investiga a atuação de uma quadrilha que praticava fraudes bancárias eletrônicas, movimentando cerca de 3,6 milhões de euros (R$ 19,34 milhões).
O que aconteceu
A operação investiga a atuação do grupo, cujas fraudes eram praticadas com a utilização de um malware (uma espécie de vírus) bancário, com vítimas fora do Brasil. O esquema ocorria desde 2019.
A PF cumpriu hoje cinco mandados de prisão temporária e outros 13 de busca e apreensão, nos estados de São Paulo, Santa Catarina, Pará, Goiás e Mato Grosso. Também estão sendo cumpridos ordens judiciais de apreensão e bloqueio de bens e valores com vistas à descapitalização da quadrilha e com a finalidade recuperar os ativos.
São investigados os crimes de associação criminosa, furto qualificado mediante fraude em ambiente cibernético, invasão de dispositivo informático e lavagem de dinheiro.
Segundo o Caixa Bank, instituição financeira da Espanha, ocorreram ainda tentativas de fraude com a utilização do malware bancário brasileiro, batizado de Grandoreiro, que resultariam em aproximadamente 110 milhões de euros (R$ 590,88 milhões) em prejuízos.
A investigação, iniciada a partir de informações do Caixa Bank, identificou que os criminosos operavam no Brasil e utilizavam servidores na nuvem para hospedar a infraestrutura do malware Grandoreiro.
Como o vírus Grandoneiro atuava
O malware permitia aos criminosos acesso remoto aos computadores das vítimas, possibilitando o furto de valores de forma cibernética.
A infecção se dava por meio de e-mails de phishing, que simulavam mensagens oficiais, como intimações judiciais, cobranças de faturas e notas fiscais. O phishing é um tipo de um ataque que tenta roubar seu dinheiro ou a sua identidade fazendo com que você revele informações pessoais, tais como números de cartão de crédito, informações bancárias ou senhas em sites que fingem ser legítimos.
Ao abrir o anexo ou clicar no link malicioso, o programa era instalado em segundo plano, deixando o computador vulnerável aos criminosos. Os valores furtados eram direcionados para contas de integrantes da quadrilha, que "emprestavam" suas contas para a movimentação do dinheiro ilícito.
As ações contaram com o apoio da Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal) e cooperação da Polícia Nacional da Espanha, que forneceram informações importantes para a identificação dos criminosos.