Mulher que atacou judia na BA é chilena; Justiça a proíbe de deixar cidade
Do UOL, em São Paulo*
04/02/2024 18h49Atualizada em 04/02/2024 23h16
A Justiça da Bahia acatou, na tarde deste domingo (4), o pedido da Polícia Civil para que a mulher que atacou uma comerciante judia em Arraial d'Ajuda não deixe a cidade enquanto o caso está em investigação.
O que aconteceu
Ana Maria Leiva Blanco, suspeita do ataque antissemita contra Herta Breslauer, é chilena. Ela prestou depoimento na manhã de hoje.
Blanco foi liberada porque não houve flagrante, informou o delegado Paulo Henrique de Oliveira. Ela é investigada pelos crimes de racismo, injúria, grave ameaça, dano qualificado e tentativa de agressão.
O juiz Armando Duarte Mesquita Junior determinou quatro medidas cautelares. São elas: comparecimento bimestral à Justiça, em 6 meses, para informar atividades; proibição de acesso à loja da comerciante atacada; proibição de manter contato com a vítima e proibição de deixar a cidade, sob pena de prisão preventiva.
O Ministério Público da Bahia também se manifestou favorável às medidas cautelares.
O UOL tenta contato com Ana Maria sobre a investigação e as medidas cautelares. Caso haja resposta, o texto será atualizado.
Ao Fantástico, a autora das ofensas disse que se arrepende. "Eu me arrependo muito por meus filhos. Isso aqui não tem nada a ver com intolerância religiosa, tem a ver com coisa política. Ela pensa de um jeito, e eu penso de outro. Ela quer que eu pense do jeito dela. Se alguma pessoa do povo judeu se sentiu ofendida com minhas palavras, eu peço desculpas."
Laudo não apontou lesões
Herta passou por exame no IML (Instituto Médico Legal) para a constatação de possíveis lesões decorrentes de um suposto tapa no rosto. "Ainda que não se constatem lesões, aconteceu a via de fato, uma contravenção penal devido ao tapa que ela recebeu", declarou a advogada da comerciante, Lilia Frankenthal.
Laudo não atestou lesões e autora dos ataques negou agressão física, segundo o delegado Paulo Oliveira. Ela também afirmou, em depoimento, que toma remédios controlados e que já conhecia a vítima.
Ana Maria ainda alegou que foi provocada pela comerciante. Ela teria sido chamada de terrorista e acusada de ter abandonado um filho.
A advogada Frankenthal informou que as duas se conhecem há anos. "Os filhos das duas são amigos de infância. Elas não são amigas, mas já se conheciam. Consta que, algum tempo antes desse fato, elas tiveram uma discussão sobre a guerra de Israel, mas nada relevante, e depois disso não se falaram."
*Com informações do Estadão Conteúdo.