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Suposto integrante do PCC vira réu por morte de policial da Rota em SP

Homem apontado como responsável pela morte de soldado da Rota em SP foi preso em MG Imagem: Divulgação/PMMG

Do UOL, em São Paulo

13/03/2024 16h14Atualizada em 13/03/2024 16h37

A Justiça de São Paulo tornou Kaique Coutinho do Nascimento, conhecido como "Chip" e apontado como integrante da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), réu pela morte de um soldado da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) em Santos, no litoral paulista. O crime ocorreu no dia 2 de fevereiro.

O que aconteceu

O juiz Alexandre Betini aceitou a denúncia realizada pelo MPSP (Ministério Público de São Paulo por dois crimes). São eles: organização criminosa majorada [aumentada] pelo emprego de arma de fogo; e o homicídio do soldado Samuel Wesley Cosmo com cinco qualificadoras, sendo elas: motivo torpe, finalidade de garantir a impunidade de outros delitos, impossibilidade de defesa da vítima, crime contra agente de segurança pública e uso de armamento restrito.

Preso tem dez dias para responder. A resposta deverá ser por escrito e, nela, o acusado poderá alegar "tudo que interessar à sua defesa, bem como apresentar o rol de testemunhas", determinou o magistrado em decisão realizada na terça-feira (12) e obtida pelo UOL.

Juiz solicitou que Comandante da Rota disponibilize as imagens da câmera corporal da vítima. Betini também pediu que a autoridade policial encaminhe os laudos realizados, bem como o termo de indiciamento de Kaique e o boletim de ocorrência da Polícia Civil de Minas Gerais, onde o homem foi preso.

"É possível se concluir que há prova da materialidade do delito e indícios suficientes de autoria", discorreu o juiz. Ele ainda acrescentou que o delito é de "tamanha crueldade que causou o desassossego e inquietação da sociedade notadamente em razão da periculosidade concreta que o agente [Kaique] teria investido contra agente de segurança que estava apenas exercendo o seu ofício".

Magistrado também converteu prisão em flagrante de Kaique para preventiva (por tempo indeterminado). O pedido foi realizado pelo MPSP e, na decisão, Betini apontou que a prisão de Kaique é uma "medida imprescindível para a garantia da ordem pública".

Defesa diz que não se manifestará. Ao UOL, o advogado Eduardo Jorge, que representa Kaique, afirmou que "está aguardando a decisão ser publicada para pleitear a defesa técnica".

Câmera corporal gravou PM da Rota sendo baleado

O soldado da PM Samuel Wesley Cosmo foi morto em fevereiro Imagem: Reprodução

A câmera corporal do soldado da Rota Samuel Wesley Cosmo capturou o momento em que ele foi atingido pelo criminoso. O crime ocorreu por volta das 17h30 do dia 2 de fevereiro, na avenida Brigadeiro Faria Lima, no bairro Rádio Clube, em Santos, no litoral paulista.

Imagens mostram o soldado acompanhado de mais dois policiais da Rota. Eles andam até o final de uma rua estreita entre casas. Em um momento, o soldado Cosmo volta sozinho e entra em uma viela, onde saca a arma. Logo depois, ele encontra o criminoso no cruzamento entre dois becos, é atingido e cai no chão.

Soldado foi ferido com tiro no olho. Ele foi levado à Santa Casa de Santos em estado gravíssimo e morreu à noite. O crime ocorreu por volta das 17h30 do dia 2 de fevereiro, na avenida Brigadeiro Faria Lima, no bairro Rádio Clube.

Cosmo atuou na Operação Escudo. Na noite de 27 de julho do ano passado, o soldado se envolveu em uma ocorrência na Comunidade da Prainha. Ele e a equipe de Rota faziam patrulhamento e disseram ter trocado tiros com três suspeitos, sendo que um deles foi alvejado e dominado e os outros dois fugiram.

Soldado foi enterrado na cidade de São Paulo. Após velório na sede da Rota, a cerimônia de sepultamento de Samuel Wesley Cosmo ocorreu no Cemitério do Araçá, zona oeste da capital.

Kaique confessou o crime quando foi detido, em 14 de fevereiro. Segundo a Polícia Militar de Minas Gerais, Kaique disse que estava no local do crime e com a arma usada para matar o soldado da Rota. Ele foi transferido e está preso na Penitenciária I de São Vicente, também no litoral paulista.

A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo havia oferecido R$ 50 mil por informações do paradeiro de Kaique. Segundo o secretário da pasta, ele tem antecedentes por tráfico de entorpecentes e histórico como adolescente infrator.

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