MP denuncia suposto integrante do PCC por morte de policial da Rota em SP
O MPSP (Ministério Público de São Paulo) denunciou nesta segunda-feira (11) o homem preso pela morte de um soldado da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) em Santos, no litoral paulista. O crime ocorreu no dia 2 de fevereiro.
O que aconteceu
MPSP diz que o homem é integrante da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital). Conhecido como "Chip", Kaique Coutinho do Nascimento foi denunciado por organização criminosa majorada [aumentada] pelo emprego de arma de fogo.
Preso foi denunciado pelo homicídio do soldado Samuel Wesley Cosmo com cinco qualificadoras. São elas: motivo torpe, finalidade de garantir a impunidade de outros delitos, impossibilidade de defesa da vítima, crime contra agente de segurança pública e uso de armamento restrito.
Promotoria de Santos diz que assassinato ocorreu para "assegurar a impunidade pelos crimes de tráfico de drogas e porte ilegal de arma de fogo praticados pelo acusado". O MPSP destacou que Kaique fugiu do local e foi detido dias após o crime no estado de Minas Gerais. Ele foi transferido e está preso na Penitenciária I de São Vicente, também no litoral paulista.
Se a Justiça aceitar a denúncia do MPSP, Kaique se tornará réu pelos crimes. Na denúncia, o MPSP também solicitou que a prisão temporária de Kaique seja convertida em preventiva (por tempo indeterminado).
Defesa diz que não se manifestará. Ao UOL, o advogado Eduardo Jorge, que representa Kaique, afirmou que a "defesa técnica aguarda a intimação via Diário Oficial para se manifestar nos autos".
Processo por assassinato de soldado tramita em segredo de Justiça. A informação é do TJSP (Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo).
Câmera corporal gravou PM da Rota sendo baleado
A câmera corporal do soldado da Rota Samuel Wesley Cosmo capturou o momento em que ele foi atingido pelo criminoso. O crime ocorreu por volta das 17h30 do dia 2 de fevereiro, na avenida Brigadeiro Faria Lima, no bairro Rádio Clube, em Santos, no litoral paulista.
Imagens mostram o soldado acompanhado de mais dois policiais da Rota. Eles andam até o final de uma rua estreita entre casas. Em um momento, o soldado Cosmo volta sozinho e entra em uma viela, onde saca a arma. Logo depois, ele encontra o criminoso no cruzamento entre dois becos, é atingido e cai no chão.
Soldado foi ferido com tiro no olho. Ele foi levado à Santa Casa de Santos em estado gravíssimo e morreu à noite. O crime ocorreu por volta das 17h30 do dia 2 de fevereiro, na avenida Brigadeiro Faria Lima, no bairro Rádio Clube.
Cosmo atuou na Operação Escudo. Na noite de 27 de julho do ano passado, o soldado se envolveu em uma ocorrência na Comunidade da Prainha. Ele e a equipe de Rota faziam patrulhamento e disseram ter trocado tiros com três suspeitos, sendo que um deles foi alvejado e dominado e os outros dois fugiram.
Soldado foi enterrado na cidade de São Paulo. Após velório na sede da Rota, a cerimônia de sepultamento de Samuel Wesley Cosmo ocorreu no Cemitério do Araçá, zona oeste da capital.
Kaique confessou o crime quando foi detido, em 14 de fevereiro. Segundo a Polícia Militar de Minas Gerais, Kaique disse que estava no local do crime e com a arma usada para matar o soldado da Rota.
A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo havia oferecido R$ 50 mil por informações do paradeiro de Kaique. Segundo o secretário da pasta, ele tem antecedentes por tráfico de entorpecentes e histórico como adolescente infrator.
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