Delação de Ronnie Lessa é 'fantasiosa', diz advogado de delegado preso
Do UOL, em São Paulo
26/03/2024 17h24Atualizada em 26/03/2024 17h30
O advogado Alexandre Dumans, que representa o delegado Rivaldo Barbosa, disse, nesta terça-feira (26), que a delação premiada de Ronnie Lessa, que cita o ex-chefe da Polícia Civil no Rio, é "fantasiosa".
O que aconteceu
Dumans afirmou que Lessa, autor dos disparos contra a vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), citou Rivaldo para receber os benefícios da colaboração premiada. "É fantasiosa. É onde ele busca o prêmio dele. É natural que ele queira agradar o interlocutor, oferecendo a ele uma pessoa de uma graduação maior, imputando crimes mais graves do que aqueles que ele cometeu", disse à GloboNews.
O advogado também classificou a delação como "vaga, frágil". "Não traz outros elementos, a não ser a voz isolada de Ronnie Lessa. Meia dúzia de palavras jogadas ao vento".
Para Alexandre Dumans, seu cliente sofre um "linchamento precipitado". "Esse relatório é bastante preliminar. É um linchamento precipitado, isso que está acontecendo. Por conta de meia dúzia de palavras postas no relatório da Polícia Federal".
Prisão
Rivaldo Barbosa foi preso no domingo (24), suspeito de obstruir as investigações do caso Marielle entre março a dezembro de 2018.
Divisão de Homicídio no Rio "se tornou um ambiente pernicioso para que organizações criminosas encontrassem ali um refúgio para a impunidade de seus crimes", diz relatório da PF. Rivaldo assumiu a chefia da Polícia Civil um dia antes do assassinato de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
A PF afirmou que Rivaldo era o "líder e agente cooptador das demandas espúrias do grupo", mas contava com ao menos outros três apoios. Sua esposa, Érika Araújo, era responsável pela parte financeira e "branqueamento de capitais", segundo a PF. O ex-titular da Delegacia de Homicídios, Giniton Lages, seria o "operacionalizador" e o policial Marco Antônio Barros era o "agente de campo e intermediário com as pessoas de interesse e testemunhas."
Além de Rivaldo, os irmãos Brazão - deputado federal Chiquinho e seu irmão, o conselheiro do TCE-RJ Domingos - foram presos como suspeitos de serem os mandantes do assassinato.