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Foragidos de Mossoró denunciam agressão de policiais: 'Pisão na cabeça'

Do UOL, em São Paulo

05/04/2024 15h44Atualizada em 05/04/2024 18h27

Os foragidos de Mossoró (RN), que participaram hoje à tarde de audiência de custódia, denunciaram policiais de agressão após serem detidos. Eles foram recapturados ontem a caminho de Marabá após 50 dias de buscas.

O que aconteceu

Um dos foragidos denunciou agente da PF por pisão na cabeça e chute nas costas após ter sido rendido, diz defesa. A advogada Flávia Fróes disse ao UOL que Rogério da Silva Mendonça, 33, citou as agressões em audiência no presídio de Mossoró. Ela falou ainda que irá denunciar a ação por abuso de autoridade e lesão corporal. Procurada, a PF ainda não se posicionou sobre o caso.

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Na foto após a prisão, é possível ver que Rogério tem um ferimento no rosto. Segundo a defesa, a lesão ocorreu após a captura. Com pouco mais de uma hora de duração, a audiência foi acompanhada por videoconferência pelo Ministério Público Federal e pela Defensoria Pública da União. Os detentos vão responder por falta disciplinar em decorrência da fuga.

Dupla não se posicionou sobre possível financiamento do Comando Vermelho. Deibson Cabral Nascimento, 35, disse só ter recebido ajuda de um amigo paraense. A defesa não se posicionou. Com a fuga inédita de um presídio de segurança máxima, os detentos ganharam apoio da facção para escapar, segundo fontes da PF. Eles foram detidos em um comboio com três veículos, um fuzil e quatro comparsas.

Rogério negou ter apontado o fuzil na direção dos agentes antes de ser preso. "Ele disse que, se tivesse tido a chance de pegar o fuzil, não teria sido preso", contou a advogada. Mas confirmou que um dos agentes atirou durante a abordagem. Em áudio obtido com exclusividade pelo UOL, um dos agentes da PF que participaram da captura disse que Rogério fez menção de atirar com o fuzil.

Fugitivos disseram ter sofrido humilhações cometidas por policiais penais em revista após o retorno ao presídio de Mossoró. "Mandaram que ficassem de joelhos, como forma de humilhação. Depois, os policiais penais ficaram fazendo chacota porque eles foram recapturados", disse Flávia Fróes.

Posicionamento da dupla em audiência deixa dúvidas em relação à reprodução simulada da fuga do presídio. Rogério disse que não irá participar. Já Deibson irá aguardar orientação da defesa, que só ocorrerá na próxima semana.

O que disse a defesa

O Rogério disse que saiu do carro e se jogou no chão, deixando o fuzil embaixo do banco. Ele foi agredido quando já estava rendido e desarmado. Ele disse que um agente da PF colocou o pé na cabeça dele, o deixando com o rosto no asfalto quente. Na abordagem, ele disse: 'Não tem necessidade disso, eu já estou rendido'. Aí, ele levou um chute nas costelas.

Eles passaram por violação de direitos humanos por terem ficado por cinco meses sem direito a banho de sol fora da cela. Durante a audiência, o Rogério disse: 'Eu tinha que fugir, porque eu estava enterrado vivo'"
Flávia Fróes, advogada dos fugitivos de Mossoró

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