Influencers são presas em operação contra grupo que vendia óleo de maconha
Do UOL, em São Paulo
24/04/2024 09h46Atualizada em 24/04/2024 10h14
A polícia do DF faz hoje operação contra um grupo que contrabandeava óleo de maconha dos Estados Unidos para cigarros eletrônicos.
O que aconteceu
Sete pessoas já foram presas na Operação Refil Verde. A polícia cumpre nove mandados de prisão e 12 de busca e apreensão no Distrito Federal, Rio de Janeiro e São Paulo.
Três influenciadoras do DF estão entre os alvos. Rhaynara Didoff, Elisa de Araújo Marden e Letícia Susane Correia Castro receberam dinheiro para divulgar os produtos de óleo de cannabis, segundo a TV Globo.
Também são alvos profissionais de TI do Rio de Janeiro, investigados por construir os sites usados pelo grupo. "Eles colaboravam com a lavagem de dinheiro a partir da automatização dos pagamentos e utilização de documentos e dados falsos no contato com a rede bancária", segundo a Polícia Civil do DF.
Líderes do grupo são do interior de São Paulo. Eles não tinham contato direto com as drogas, que eram enviadas a traficantes e usuários pelos Correios.
As contas bancárias dos investigados foram bloqueadas. Eles podem responder por tráfico internacional de drogas, lavagem de dinheiro, associação criminosa, falsificação de documento público e uso de documento falso.
Como funcionava o esquema
Criminosos compravam o óleo de cannabis de um fornecedor dos EUA. A droga entrava no Brasil pelo Paraguai em potes de cera de depilação.
O produto era enviado de Foz do Iguaçu (PR) até a cidade de São Paulo, onde a droga era manipulada. O óleo era envasado em refis de vapes, frascos de CBD e outros suportes.
Grupo tinha sites e contas em redes sociais, onde anunciava "remédios para diversos tipos de doenças". Eles usavam números internacionais para se comunicar com os clientes.
Segundo a polícia, a droga era misturada a solventes. Os criminosos "aproveitavam-se do descontrole das redes sociais para obter lucros milionários".
Eram usadas contas bancárias em nome de laranjas e empresas fantasmas, além de documentos falsos. Segundo a investigação, o grupo também aplicava a tecnologia de deepface para burlar a segurança dos aplicativos bancários e operar o esquema de lavagem de dinheiro.