Portão do Guaíba se rompe e Porto Alegre tem 29 pontos debaixo d'água
Do UOL, em São Paulo
03/05/2024 12h24Atualizada em 03/05/2024 17h54
O portão 14 do rio Guaíba se rompeu nesta sexta-feira (3) e inundou diferentes pontos de Porto Alegre, segundo o prefeito Sebastião Melo (MDB).
O que aconteceu
A Defesa Civil do Rio Grande do Sul emitiu alerta para "inundação extrema" no Guaíba — que vale por 24 horas. Segundo o órgão, a população deve evitar regiões próximas ao rio e locais de risco.
Imagens mostram os CTs do Internacional e do Grêmio completamente alagados. A rodoviária e o centro histórico da capital também foram tomados pela água. A EPTC (Empresa Pública de Transporte e Circulação) orientou que os deslocamentos para a cidade devem ser evitados.
A Defesa Civil estadual mandou moradores, comerciantes e trabalhadores saírem do centro histórico. O alerta vale para as regiões próximas às ruas Siqueira Campos, Sete de Setembro, Rua dos Andradas (rua da Praia), avenida Júlio de Castilhos e arredores.
O portão 14 faz parte do sistema contra inundações da cidade. Ele fica localizado entre as avenidas Sertório e Voluntários da Pátria. "Houve rompimento do portão 14 do Cais Mauá e pode acarretar inundações na avenida Sertório, zona norte da capital", informou o prefeito
Capital tem quase 500 desabrigados e 29 pontos totalmente bloqueados pelas enchentes. Ao menos 448 pessoas estão alojadas em três abrigos de Porto Alegre. "Estão montando um quarto abrigo e vendo a viabilidade de outros", disse o prefeito.
Eduardo Leite (PSDB) disse que o nível Guaíba continuará subindo nas próximas horas. Em live nas redes sociais, o governador do Rio Grande do Sul pediu para que a população siga as orientações dos órgãos públicos.
Governador afirmou que maiores perdas são de vidas. "As perdas materiais, eu sei que é triste, é duro, mas a gente vai dar um jeito, vai buscar condições de repor. O que a gente não consegue repor é a vida", disse Leite. O prefeito de Porto Alegre participou da transmissão ao lado do governador.
Que a gente tenha essa consciência que serão dias difíceis. A gente está num momento de situação mais crítica. Até amanhã ainda haverá muita contribuição de água ainda nessa localidade. Vai ser muito duro o que a gente está vivenciando
Governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite
Chuvas deixam mortos no RS e SC
39 pessoas morreram em decorrência das chuvas no Rio Grande do Sul e uma, em Santa Catarina. Há dezenas de pessoas desaparecidas, centenas estão ilhadas e milhares, desabrigadas, segundo a Defesa Civil dos estados.
O governador do RS afirmou que o total de mortes ainda deve subir. "Infelizmente, sabemos que esses números vão aumentar", afirmou.
Ao todo, 235 dos 497 municípios gaúchos foram afetados pelas chuvas desde o início da semana. Há 17 mil pessoas desalojadas, 7.165 em abrigos e 56 feridos, segundo o último balanço da Defesa Civil, divulgado no começo da tarde desta sexta-feira (3). No ano passado, mais de 80 pessoas morreram no estado, vítimas de três enchentes e eventos menores.
Imagens registradas por moradores e autoridades mostram casas sendo levadas pelas enchentes e pontes destruídas. O Rio Grande do Sul decretou estado de calamidade pública na quarta (1º), com prazo de 180 dias — há cidades catarinenses que também já decretaram.
Em Santa Catarina, há risco de deslizamentos em Chapecó, Concórdia e Campos Novos. A Defesa Civil estadual também afirma que pode haver elevação dos níveis dos rios.