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Produz até água potável: como é o enorme navio de guerra enviado ao RS

Colaboração para o UOL

08/05/2024 04h00Atualizada em 08/05/2024 12h35

A Marinha do Brasil vai enviar nesta quarta-feira (8) o NAM Atlântico (a sigla significa Navio-Aeródromo Multipropósito), o maior navio de guerra da América Latina, para ajudar a população do Rio Grande do Sul. O estado tem sido atingido por fortes temporais, que causam destruição desde a semana passada.

Saiba mais sobre o navio

Chamado Atlântico, o NAM foi construído na década de 1990, na Inglaterra. Embarcação foi incorporada à Marinha do Brasil em 2018, quando recebeu o nome de Porta-Helicópteros Multipropósito "Atlântico".

Já em novembro de 2020, foi reclassificada como "Navio-Aeródromo Multipropósito", devido a sua capacidade de operar com aeronaves remotamente pilotadas.

O navio de 203 metros de comprimento pode ter uma tripulação de 300 militares. Ele ainda acomoda até 806 fuzileiros navais.

Sua velocidade máxima mantida é de 18 nós (33 km/h) e o raio de ação é de 8 mil milhas náuticas (14,8 mil quilômetros).

O convés de voo possui 170 metros de extensão. São 32 metros de largura.

O NAM (Navio-Aeródromo Multipropósito) 'Atlântico' Imagem: Divulgação / Marinha do Brasil

Embarcação, que é um porta-helicópteros, tem capacidade para transportar 18 aeronaves de asa rotativa — podendo ter, simultaneamente, até sete aeronaves em seu convés de voo. Este NAM pode utilizar todos os tipos de helicópteros pertencentes aos esquadrões da Marinha.

Já no porão de carga, a capacidade é de 40 veículos. Além disso, possui quatro lanchas de desembarque anfíbio.

Navio também abriga o segundo maior complexo médico entre todos os navios da Marinha do Brasil. Segundo a Agência Marinha de Notícias, o centro de saúde conta com uma estrutura completa, do raio-x à cirurgia, com UTI (Unidade de Terapia Intensiva) com dois leitos, sala de trauma, centro cirúrgico, consultórios — incluindo odontológico —, laboratório, enfermaria, farmácia completa, entre outros.

O setor possui ainda acesso ao elevador de aeronaves de ré, permitindo que as ambulâncias cheguem até a parte interna do navio para garantir atendimentos mais ágeis. Sem isso, o protocolo para levar os pacientes ao atendimento demandaria mais tempo de deslocamento.

NAM 'Atlântico' navegando com o elevador de ré baixado Imagem: Reprodução / Agência Marinha de Notícias / Alexandre Durão

Produção de água potável. O NAM "Atlântico" tem autonomia para produção de água potável no próprio navio. Para isso, é utilizado um sistema chamado GOR (Grupo de Osmose Reversa).

300 mil litros de água potável por dia. "O NAM tem capacidade de armazenamento de 550 mil litros de água potável, tendo uma média de consumo diário de 150 mil litros, com 1.000 pessoas a bordo. E, para garantir a permanência no mar por longos períodos, o navio possui quatro GOR, que transformam a água do mar em água potável, cada um com uma capacidade nominal de produzir 75 mil litros por dia", detalhou à Agência Marinha de Notícias o Capitão-Tenente Thiago Cavalcante.

Missões humanitárias e tarefas de controle. Além de ser empregado em missões de caráter humanitário, auxílio a vítimas de desastres naturais, de evacuação de pessoal e em operações de manutenção de paz, ainda de acordo com a agência, o NAM "Atlântico" é "projetado para as tarefas de controle de áreas marítimas, projeção de poder sobre terra, pelo mar e ar."

Em seu histórico de serviço, estão operações navais em apoio a ações humanitárias no Kosovo e na América Central. Já no ano 2000, participou da Operação Palliser, na Serra Leoa. Logo em seguida, operou no Oriente Médio, na Guerra do Iraque. Em 2009, foi deslocado para a Ásia, novamente em operações navais e apoio a ações humanitárias. Em 2011, participou da Operação Unified Protector, na Líbia. No ano seguinte, depois de passar por reformas, participou de operações navais no âmbito da Organização do Tratado do Atlântico Norte. Em 2017, participou da operação Ruman nas ilhas do Caribe, ajudando populações afetadas pelo furacão Irma.

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