Voluntários fazem carreata de 4 horas para ajudar vítimas das enchentes
Na única via que liga as cidades de Vespasiano Corrêa e Roca Sales, no Vale do Taquari, no Rio Grande do Sul, uma carreata que durou quase a manhã inteira de quarta-feira (15) uniu bombeiros, caminhoneiros, aposentados, empresários, dentistas e pedreiros. Todos com a intenção de chegar a áreas mais afetadas pelas enchentes com mantimentos e ajuda às populações locais.
O trajeto, que costuma durar 40 minutos em períodos de normalidade, demorou pouco mais de quatro horas. Isso porque, de tempo em tempo, voluntários e membros da Brigada Militar faziam barreiras nas estradas. Por dois motivos: o primeiro, porque alguns trechos são de mão única; o segundo, porque as entradas das cidades mais afetadas estavam engarrafadas com tantos carros que chegavam.
Caminhões, caminhonetes, peruas, ônibus e carros populares estavam repletos de alimentos não perecíveis, água, ração para cães e gatos, itens de higiene, além de brinquedos para crianças. Outros carros, que chegavam vazios de mantimentos, estavam com todos os assentos ocupados: eram homens e mulheres dispostos a ajudar as populações mais afetadas com o que precisassem.
Depoimentos
Foram nove horas para chegar de Santa Catarina até aqui. Estamos fazendo sanduíches para o pessoal. E tem valido a pena. Na verdade, é isso que faz valer a pena a vida, né? Não tem frio, que tá agora, não tem tempo ruim que pague isso.
Marciano Tonuzzi, empresário, 54 anos
Eu vou fazer um carregamento, vou buscar suínos para abate. Estamos tirando pra aliviar um pouco os produtores. Afinal, as pessoas ficaram sem moradia, né? Isso é o mais triste. Pessoas perderam familiares. Isso, pra nós, é muito triste, é doloroso. Imagina o que essas famílias estão passando, né?
Rafael Grosso, caminhoneiro e empresário, 21 anos
Estamos ajudando em um QG com alimentação. Eu estou indo todos os dias desde a terça-feira da semana passada. Acho que foi o pior cenário que eu já vi até hoje. Mesmo como bombeira. Roca Sales parece que passou um furacão. Não existem mais praticamente casas inteiras. É um cenário bem triste. Vai ser difícil reconstruir essa cidade.
Tais Ecoccol, 32, bombeira civil
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