Conteúdo publicado há 5 meses

Menino de 7 anos morre com suspeita de desnutrição em Minas Gerais

A Polícia Civil de Minas Gerais prendeu em flagrante a mãe e o padrasto de uma criança de 7 anos, que morreu ontem (7), com suspeita de desnutrição em Lagoa Santa, região metropolitana de Belo Horizonte, em Minas Gerais.

O que aconteceu

A mãe, de 27 anos, e o padrasto, de 19 anos, foram ouvidos na Central Estadual do Plantão Digital. Após os depoimentos, segundo informou a Polícia Civil, tiveram a prisão em flagrante ratificada pelo crime de maus-tratos com majorante por ter sido praticado contra menor de 14 anos e com resultado morte. Eles permanecem à disposição da justiça.

A perícia oficial foi deslocada à Lagoa Santa na tarde de hoje, 7 de junho, para realizar os primeiros levantamentos sobre a morte do menino. O corpo foi removido e encaminhado ao Instituto Médico Legal Dr. André Roquette para exames necropsiais. A investigação está sob responsabilidade da Delegacia de Polícia Civil de Lagoa Santa.

A ocorrência foi reportada pela Polícia Militar após a criança dar entrada na Santa Casa de Lagoa Santa, já em óbito, por volta das 11 horas da manhã. O menino apresentava extrema magreza e sinais evidentes de desnutrição. A situação foi denunciada pela assistente social do hospital, que acionou tanto a Polícia Militar quanto o Conselho Tutelar.

Em depoimento, o padrasto da criança, de 19 anos, admitiu ter privado o enteado de se alimentar. Ele justificou que a comida era escassa e que a criança "comia toda a comida", prejudicando os outros filhos. O padrasto também confessou ter castigado o menino por isso e impedia a mãe de alimentar a criança, afirmando que ajudá-la "dava muita ousadia ao menino".

Nos dias anteriores à morte, a criança estava vomitando substâncias verdes e ficou vários dias sem comer, segundo o padrasto. Ele relatou que, ao perceber que o enteado estava doente, optou por não levá-lo ao hospital por medo de ser preso.

A mãe da criança estava no hospital, dando à luz um bebê no momento em que o filho de 7 anos foi levado para a Santa Casa. Ela tem outros dois filhos menores, que foram encaminhados para uma casa de apoio pelo Conselho Tutelar. A mãe afirmou aos policiais militares que atenderam a ocorrência que já havia flagrado o filho comendo comida de cachorro, mas não conseguiu dar explicações coerentes sobre a situação e, em muitos momentos, desconversou.

Comida de cachorro

Ela também mencionou que já havia flagrado o filho comendo comida de cachorro. Quando questionada, porém não conseguiu dar explicações coerentes sobre a situação e, em muitos momentos, desconversou.

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Uma testemunha, que ficou tomando conta dos outros filhos do casal durante o nascimento do recém-nascido, relatou que todas as crianças estavam magras, mas a vítima estava em uma condição muito pior. A testemunha disse que o padrasto impediu que levassem a criança ao hospital, alegando que ele era alérgico e temendo a intervenção do Conselho Tutelar.

Veias e costelas

A testemunha mencionou que o menino estava visivelmente debilitado, com a voz extremamente baixa e sem conseguir andar. Em um momento de desespero, a vítima chegou a dizer que estava com medo de ser castigada novamente por "ter comido muito". A testemunha afirmou que conseguiu ouvir a vítima dizer que precisava vomitar porque havia comido demais e temia as consequências.

Ao dar banho na criança, a testemunha percebeu que a magreza era tão severa que as veias e costelas estavam visíveis. A testemunha relatou que o padrasto insistiu que as crianças voltassem para casa, utilizando o telefone da mãe para mandar mensagens. Mesmo com as tentativas de manter as crianças sob seus cuidados, a mãe e o padrasto exigiram o retorno delas.

A testemunha também relatou um incidente ocorrido em 22 de maio, quando o padrasto alegou que o menino estava sem comer há aproximadamente seis dias e que estava vomitando e tomando dipirona, acreditando que ele se recuperaria. A testemunha sugeriu ao padrasto que enviasse a criança à escola para que ela pudesse se alimentar, mas o padrasto respondeu que o menino estava sem comer porque estava doente.

A Polícia Militar encaminhou o caso para a 2ª Central Estadual do Plantão Digital. A Polícia Civil dará continuidade às investigações para apurar todos os detalhes do ocorrido e responsabilizar os envolvidos.

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