Violento e 'homem de guerra': quem é Naval, novo chefe da milícia do RJ
Daniele Dutra
Colaboração para o UOL no Rio de Janeiro
18/06/2024 04h00
Apontado como novo chefe da maior milícia do Rio de Janeiro, Paulo David Guimarães Ferraz Silva, conhecido como Naval, é considerado um criminoso violento e responsável por diversos homicídios, de acordo com a Polícia Civil e o Ministério Público do Rio de Janeiro.
Quem é Naval
O apelido tem relação com seu passado como fuzileiro naval. Conhecido como homem de guerra da milícia, o que se destaca em seu histórico é a postura violenta, segundo fontes da Polícia Civil ouvidas pelo UOL.
Silva é apontado como um dos autores da execução do antigo chefe da milícia Liga da Justiça, o Jerominho. O ex-vereador e seu amigo Maurício Raul Atallah foram mortos em agosto de 2022. Segundo a denúncia do MPRJ (Ministério Público do Rio de Janeiro), o crime foi cometido por motivo torpe, em razão de disputa territorial e pelo controle das atividades ilícitas exploradas na zona oeste da cidade.
Naval assume o comando de um dos maiores grupos paramilitares do Rio após morte de seu antecessor. Rui Paulo Gonçalves Estevão, conhecido como Pipito, foi baleado no último dia 7 de junho em ação da polícia. Ele era apontado como o sucessor, na milícia, de Luiz Antônio da Silva Braga, o Zinho, preso em dezembro de 2023.
Ele é apontado como um dos responsáveis por ajudar na ocupação da comunidade da Carobinha, na zona oeste, disputada também pelo Comando Vermelho. Com a expansão, o "Bonde do Zinho" passou a ser o maior grupo paramilitar do estado do Rio de Janeiro.
Após assumir o novo posto, Naval também passa a dominar as comunidades de Antares e Rola, na zona oeste, que eram comandadas por Pipito. Há anos na milícia, Silva já era líder de algumas comunidades como Barbante e Vilar Carioca, na mesma região.
A atuação dele e do grupo paramilitar é investigada pela Polícia Civil e pelo MPRJ. " A Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais (Draco) monitora a movimentação da milícia. A investigação está em andamento", diz nota enviada à reportagem.