MP denuncia 8 membros do PCC por ligação com a morte de PM no Guarujá
O MP-SP (Ministério Público de São Paulo) denunciou na terça-feira (18) oito membros da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) por envolvimento na morte do soldado Luca Romano Angerami, que estava desaparecido desde o dia 14 de abril e foi encontrado morto em 20 de maio em uma região de mata no Guarujá (SP).
O que aconteceu
Acusados podem responder por homicídio com quatro qualificadoras. Sendo elas por meio cruel, com impossibilidade de defesa da vítima, para assegurar a impunidade do crime de tráfico e praticado contra autoridade.
Os homens também podem responder por mais crimes: associação organização criminosa, tráfico de drogas, sequestro, roubo e ocultação de cadáver.
Apuração mostrou que denunciados fazem parte do PCC e se "dedicavam" a diversas práticas ilícitas. Entre elas, o comércio de substâncias entorpecentes na região do Jardim Primavera, no Guarujá.
Ministério Público relatou o que aconteceu com o agente antes de ser morto. Em abril, Luca passava de carro pela região quando teve o veículo parado por parte dos agora denunciados. Após descobrirem que o agente era policial, os homens acionaram outros membros da facção. Depois, eles mantiveram o soldado em cárcere, subtraindo o celular e a arma de fogo da vítima.
Agente foi levado a um cemitério clandestino na Vila Baiana, no Guarujá, e foi estrangulado com uma corda. O corpo dele foi enterrado no local e encontrado apenas em 20 de maio em uma região de mata fechada. Outros corpos também já haviam sido achados na região onde estava o corpo do soldado. A área já era utilizada pelos criminosos como "cemitério clandestino".
Para o promotor Victor de Freitas, Luca foi morto para "assegurar a execução do crime de tráfico de drogas que ocorria na região".
A denúncia foi encaminhada para o Judiciário pelo promotor. Se a Justiça aceitar a denúncia, os oito homens viram réus por homicídio com as qualificadoras, entre outras acusações.
Os nomes dos denunciados não foram divulgados pelo MPSP. Em razão disto, a reportagem não conseguiu entrar em contato para pedido de posicionamento das respectivas defesas. O espaço segue aberto para a manifestação.
Relembre o caso
Soldado Luca Romano Angerami, 21, desapareceu após sair de uma adega na madrugada de 14 de abril na comunidade Santo Antônio, no Guarujá. Ele tinha sido visto pela última vez entrando em uma biqueira (ponto de venda de drogas) na região.
Segundo fontes policiais, o corpo da vítima foi encontrado em adiantado estado de decomposição e foi reconhecido graças a uma tatuagem em um dos braços.