Guardas civis pedem que prefeitura reconheça insalubridade na 'cracolândia'
O Sindguardas-SP (Sindicato dos Guardas Civis Metropolitanos de São Paulo) enviou uma notificação à prefeitura para que reconheça a situação de insalubridade do trabalho na "cracolândia".
O que aconteceu
Com o reconhecimento, os guardas poderiam ter acesso a direitos previstos em lei, como adicional de insalubridade. A notificação foi enviada no último dia 13. Atualmente está concentrada na rua dos Protestantes, na Santa Efigênia, a aglomeração de usuários de drogas da região conhecida como "cracolândia", no centro da cidade.
Levantamento do Sindguardas-SP mostra que, desde o ano passado, 11 agentes foram afastados por questões de saúde. "Principalmente em razão de contaminação por contato e vias aéreas, desenvolvendo doenças como tuberculose e sarna", afirmou ao UOL o presidente do sindicato, Márcio dos Santos.
Ele reclama que os EPIs (Equipamento de Proteção Individual) não são suficientes. "Mesmo usando os equipamentos, os guardas se contaminam porque o contato é o dia inteiro, 12 horas tendo contato com os usuários na cracolândia."
Segundo o sindicalista, a Prefeitura de São Paulo acatou ao pedido para ser feito um estudo sobre a saúde dos agentes. A análise será feita pela Cogess (Coordenadoria de Gestão de Saúde do Servidor), órgão ligado ao município. Márcio diz que a prefeitura só deve apresentar uma proposta depois da conclusão desse estudo.
O ofício enviado à prefeitura cita os seguintes problemas de saúde: tuberculose, bactéria pulmonar, pneumonia, sarna, urticária e eritema (ambas são tipos de lesões na pele).
O UOL entrou em contato com a Secretária Municipal de Gestão da Prefeitura de São Paulo, que disse que os agentes "envolvidos em atividades operacionais já recebem o adicional de periculosidade e que o adicional de insalubridade, segundo a lei, não poderia ser acumulado com o de periculosidade.
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