Conteúdo publicado há 24 dias

Polícia pede prisão preventiva do influenciador Nino Abravanel

A polícia emitiu pedido de prisão preventiva do influenciador Nino Abravanel, alegando que ele pode manipular a investigação do homicídio que é suspeito.

O que aconteceu

A polícia concluiu que o influenciador, acusado de participar de um homicídio, pode interferir na investigação. Para a autoridade policial, Nino Abravanel, de nome Deivis, tem forte poder e influência nas redes sociais. O pedido de prisão preventiva é uma medida que visa garantir o andamento de um processo.

O pedido foi deferido nesta sexta-feira (12). O relatório de investigação foi concluído pelo DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa). "Tanto Deivis como Derik são influenciadores digitais com muitos seguidores (...) São pessoas que podem pressionar as testemunhas por meio dos seus seguidores", diz o documento.

Nino, Deric e outras quatro pessoas são suspeitas de matar um homem por "vingança". Tarcísio Gomes da Silva, 32, levou 11 tiros na noite de 19 de maio na estrada do M'Boi Mirim, zona sul de São Paulo.

O influenciador é considerado foragido pela polícia. Anteriormente, a investigação havia pedido prisão temporária de Nino e dos demais envolvidos, alegando que havia provas suficientes para constatar a participação do grupo.

Defesa nega o crime e alega "falha processual". Felipe Cassimiro, advogado de Nino e Deric, disse ao UOL que o pedido de prisão preventiva desta sexta é "um absurdo". Cassimiro solicitou na última semana a nulidade da investigação por conta de um depoimento "informal" colhido pela polícia que incriminou os irmãos — mas teve o pedido negado pela Justiça.

Entenda o caso

Para a polícia, os irmãos planejaram e mataram o homem por vingança. Momentos antes da morte, Tarcísio teria espancado o avô dos jovens, Valdeci Ferreira - que morreu no mesmo dia do crime. A defesa confirma que os jovens ficaram abalados com as agressões, mas nega que eles tenham matado o homem.

Até esta sexta-feira (12), Nino e Deric ainda não foram encontrados. Ao UOL, o advogado de defesa de ambos negou que eles tenham participado do homicídio e diz haver uma falha processual no inquérito. Ele ainda alegou que desconhece o paradeiro dos dois.

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Irmão da vítima disse ao UOL que Tarcísio "dava trabalho" aos familiares. Segundo ele, o irmão usava drogas e já havia cometido crimes como furto e tentativa de homicídio. Conforme o irmão, que prefere não ser identificado, Tarcísio acumulava desavenças. A reportagem apurou que Tarcísio respondeu na Justiça por crimes em Pernambuco e em São Paulo. O homem chegou a ficar preso por cerca de dois anos.

Polícia se baseou em imagens para apontar a dinâmica do crime. Ao apontar para os irmãos como os responsáveis pelo crime, a investigação, que o UOL obteve, colheu imagens que mostram Deric e Nino reunidos com amigos para, supostamente, planejar a morte de Tarcísio. A defesa questiona como as imagens foram colhidas.

As imagens mostram os irmãos reunidos com outros três amigos em um restaurante cerca de uma hora antes do crime. Para a polícia, por estarem reunidos encapuzados, os homens estavam planejando o crime.

Defesa alega que colheita de depoimento que determinou prisão temporária dos irmãos aconteceu de maneira "informal". Felipe Cassimiro, advogado de Nino Abravanel, disse ao UOL que o depoimento do dono do carro supostamente usado no crime aconteceu de forma imprópria e não foi legalmente oficiado.

Cassimiro oficiou pedido para que Nino Abravanel deponha remotamente. O depoimento por videoconferência impossibilitaria que o influenciador recebesse voz de prisão. A defesa argumentou à reportagem que os irmãos não foram intimados a depor em nenhum momento - impedindo que o suspeito narre os fatos pelo seu ponto de vista. A Justiça indicou que o aceite do depoimento dependeria da investigação do DHPP, o que não aconteceu.

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