Empresário morto devia IPTU e não tinha R$ 3 milhões em casa, diz delegado
O empresário Carlos Alberto Felice, 77, encontrado morto no bairro Jardim Europa, zona oeste de São Paulo, não tinha R$ 3 milhões em espécie e devia mais de R$ 1 milhão em IPTU da casa onde foi assassinado.
O que aconteceu
Polícia negou que idoso guardava mais de R$ 3 milhões dentro de casa. Inicialmente, o sobrinho da vítima afirmou à Polícia Militar que montante estava em posse do tio após ele vender o imóvel. A Polícia Civil confirmou a venda da casa onde o empresário foi morto, mas o delegado esclareceu que Carlos Alberto recebeu apenas uma pequena quantia, um sinal. Os investigadores ainda não sabem o valor exato. As informações são do delegado Fábio Pinheiro Lopes, diretor do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais), em entrevista ao programa Brasil Urgente, da TV Bandeirantes.
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Empresário ainda iria receber valor cheio da venda da casa. Com a oitiva de três testemunhas, nesta quinta-feira (18), dois sobrinhos e um amigo da vítima, investigações avançaram. "Ele não tinha essa quantia de R$ 3 milhões que se falou inicialmente. Ele podia ter alguma coisa na casa, porque se confirmou que realmente ele tinha vendido a casa, mas recebeu apenas um pequeno sinal. Ele só ia receber o valor mais vultoso da casa no final da transação. Se ele tinha dinheiro dentro da casa, era muito pouco, a gente não sabe ainda essa quantia", destacou o delegado.
Imóvel onde ele foi morto tinha dívida de mais de R$ 1 milhão em IPTU. O delegado esclareceu que Carlos Alberto estava endividado e que sua condição financeira piorou após a morte do seu pai e de sua esposa. Ele ficou viúvo há três anos. "Depois que ficou viúvo e após a morte do pai a vida deu uma desandada. A casa que ele vendeu tinha alguns débitos, incluindo mais de R$ 1 milhão de IPTU. Ele tinha muitas dívidas e por isso que a gente não acredita que ele tinha essa quantia em casa [os R$ 3 milhões]", acrescentou Fábio Pinheiro.
Envolvimento de um encanador não foi confirmado. O delegado esclareceu que um dos vigias da rua afirmou, inicialmente, que um encanador prestava serviço para o empresário. A testemunha, no entanto, voltou atrás. O tal encanador não foi localizado. A polícia busca entender se a informação é verdadeira. "Estamos verificando para saber se esse encanador existe", pontuou.
Imagens de câmeras de segurança das casas vizinhas estão sendo analisadas. Para o delegado, a investigação ainda está no início, mas ele destaca que, possivelmente, alguém recebeu a informação de que ele teria uma alta quantia de dinheiro em casa e se preparou para fazer o roubo.
Empresário foi morto a pauladas, acredita polícia
Carlos Alberto Felice foi morto a pauladas, segundo investigação inicial da Polícia Civil de São Paulo.
Policiais encontraram um pedaço de madeira com manchas de sangue ao lado do corpo. Caso é investigado como latrocínio, roubo seguido de morte.
A polícia acredita que o idoso morreu no dia 12 de julho, último dia em que foi visto com vida. As informações foram reveladas pelo delegado Fábio Pinheiro Lopes ao programa Brasil Urgente.
O veículo do empresário não foi encontrado na casa dele, que foi toda revirada. "A casa foi todinha revirada, só que os policiais não conseguem ainda determinar o que ele tinha dentro da casa".
Testemunhas contaram à polícia que idoso levava vida modesta e que não tinha funcionários. "Ele era uma pessoa que vivia com bastante simplicidade, não tinha nem empregados para ajudar nos seus afazeres diários. As investigações estão começando, mas pelo jeito que aconteceu a polícia vai chegar logo nos autores", garantiu Fábio Pinheiro.
Idoso pode ter sido torturado. Ele foi encontrado com mãos e pés amarrados por um fio elétrico. Pela experiência em casos semelhantes, o delegado acredita que a vítima pode ter sido torturada para falar onde estariam possíveis bens materiais. "Mas tudo que a gente falar agora ainda é muito prematuro", disse.
Relembre o caso
O empresário foi encontrado morto com ferimento na cabeça às 20h21 de ontem em sua casa na rua Prudente Correia. Inicialmente, o sobrinho afirmou que R$ 3,5 milhões foram levados da casa.
O corpo estava amarrado na garagem e foi achado pelo sobrinho da vítima. O sobrinho de Felice contou à polícia que chegou à casa por volta das 20h15 e não notou sinais de arrombamento ou de crime patrimonial. Ele acrescentou que chamou pelo tio várias vezes e, como o empresário não atendeu, telefonou para a Polícia Militar.
No local foi encontrado um pedaço de madeira com manchas de sangue na extremidade. O material foi apreendido para perícia. Segundo declarações do sobrinho, um amigo da vítima disse à mãe dele, irmã de Felice, que o tio não havia ido à igreja na semana passada e que ao tentar falar com ele, por telefone, não teve retorno.
Enquanto esteve na casa do tio ontem à noite - acrescentou o sobrinho - um homem se aproximou, sem se identificar, e disse que era amigo de Felice. O desconhecido teria informado ainda que a vítima teria vendido a casa e estaria com um "bom dinheiro lá dentro".
Felice- acrescentou o sobrinho - era viúvo havia três anos e não tinha filhos. A polícia apurou que ele estava endividado e possuía um automóvel Hyundai. O veículo não estava na garagem da casa. Um vigia da rua revelou aos policiais que Felice saiu com o carro quinta-feira (11) e retornou com ele.