Conteúdo publicado há 3 meses

Acusados de matar líder quilombola Mãe Bernadete vão a júri popular

Três acusados pelo Ministério Público da Bahia pela morte de Mãe Bernadete vão a julgamento popular.

O que aconteceu

Arielson da Conceição Santos, Marílio dos Santos e Sérgio Ferreira de Jesus vão a júri popular por homicídio qualificado. Contra o trio, ainda há o agravante por cometer crime por motivo torpe, de forma cruel e sem possibilidade a defesa da vítima. Da Conceição ainda vai responder por roubo, segundo informou a Justiça baiana.

A 1ª Vara Crime de Simões Filho decidiu, ainda, pela manutenção da prisão preventiva dos três envolvidos. A decisão, expedida na segunda-feira (22), foi um pedido acatado do MP.

Dois acusados continuam foragidos. Josevan Dionisio dos Santos e Ydney Carlos dos Santos de Jesus não foram localizados. O fato fez com que o MP desmembrasse a ação penal, para conseguir levar os três já capturados a julgamento.

Para o MP, a líder quilombola foi assassinada por sua atuação na região. Mãe Bernadete se posicionava contrária à expansão do tráfico e construção do 'Point Pitanga City', uma barraca na barragem de Pitanga dos Palmares — próximo ao quilombo.

Para a Justiça, as provas apontadas pelo MP são suficientes para identificar a autoria dos crimes e colocá-los em júri popular. "Dezenas de oitivas de familiares e moradores da localidade Quilombo Pitanga dos Palmares", foi "unânime o relato de que a vítima, fundadora e importante liderança da comunidade, era figura reconhecida pela luta referente ao assentamento, reconhecimento do quilombo e pelo combate à exploração ilegal de madeira e à prática de tráfico de drogas", diz o documento.

A morte de Mãe Bernadete

A líder do Quilombo Pitanga dos Palmares, Bernadete Pacífico, foi morta no dia 17 de agosto do ano passado. A ialorixá foi assassinada a tiros após criminosos invadirem o terreiro da comunidade, na zona rural de Simões Filho (BA), e fazer familiares da vítima reféns.

Mãe Bernadete já recebia ameaças. Ela fazia parte de um programa de proteção a defensores de direitos humanos do Governo baiano. No entanto, a polícia fazia visitas periódicas a localidade, mas sem estabelecer uma vigilância fixa.

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A líder quilombola foi morta seis anos após o assassinato do filho, Flavio Pacífico. Conhecido como Binho do Quilombo, ele era uma das lideranças mais respeitadas da Bahia. Mãe e filho lutavam contra ataques a terreiros e assassinatos de quilombolas.

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