Visto do espaço: satélite mostra corredor de fumaça que chega ao Sudeste

Imagens de satélite mostram que uma camada de fumaça, proveniente de queimadas na Amazônia e na Bolívia, se espalhou por regiões do Brasil e América do Sul, alcançando o Sudeste.

O que aconteceu

A intensa fumaça das queimadas na Amazônia brasileira e na Bolívia cobre uma área massiva do continente sul-americano. Imagens de satélite da NOAA/NASA capturadas nesta terça-feira (3) a extensa camada de fumaça se espalhando rapidamente.

A origem principal está no Sul da Amazônia, no Pará e na Bolívia, onde o número de queimadas disparou.

Segundo o INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), mais de 3.400 focos de calor foram registrados na Amazônia em apenas 24 horas. Entre a noite de domingo e a noite de segunda-feira, os satélites detectaram um número recorde de queimadas, com o Pará sendo o estado mais atingido. No dia 1º de setembro, o Pará registrou 1.487 focos de calor, ultrapassando os 1.313 do dia anterior.

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Imagem: Reprodução/NOAA/Nasa

Na Bolívia, o cenário é igualmente preocupante, com focos de calor três vezes maiores que a média histórica. Durante o mês de agosto, foram identificados 25.913 focos de incêndio no país, enquanto a média para o mês é de 8.360. Esse aumento drástico tem contribuído para a grande quantidade de fumaça que se espalha pela América do Sul.

A visibilidade em diversas cidades brasileiras foi severamente comprometida pela fumaça. Em aeroportos como os de Manaus, Rio Branco, Porto Velho e Cuiabá, a visibilidade horizontal foi reduzida para entre 500 e 5.000 metros. A fumaça se desloca com as correntes de vento em direção ao Sul do Brasil, alcançando até mesmo o Oceano Atlântico.

Correntes de vento estão transportando a fumaça para além da Amazônia, atingindo o Sudeste. A ação de ventos de Norte para Sul está formando um corredor que leva a fumaça desde a Amazônia até os estados do Sul, passando por São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo. Este fenômeno é comum na época de queimadas, mas a intensidade deste ano é maior do que o habitual.

As condições climáticas atuais estão agravando a situação, trazendo mais riscos para a qualidade do ar. A combinação de ventos, centros de baixa e alta pressão e o grande número de queimadas intensificou a dispersão da fumaça. A MetSul Meteorologia destacou que a concentração de fumaça observada neste ano cobre uma área muito superior à média histórica.

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