Conteúdo publicado há 1 mês

Polícia nega ação de 'tribunal do crime' contra suspeito de atacar mulheres

O delegado que investiga o suspeito de atacar sete mulheres na zona leste de São Paulo afirmou que não acredita que o homem tenha sido vítima do "tribunal do crime do PCC".

O que aconteceu

Ricardo Salvatori, delegado que atua na investigação, disse ao UOL que "todas as informações sobre 'tribunal do crime' são boatos". Comentários sobre uma suposta ação do PCC para "vingar" as vítimas do suspeito Solirano de Araújo Sousa, chamado de "maníaco do carro" circulam nas redes sociais.

O PCC teria "vingado" vítimas do assediador, segundo os rumores. A facção teria encontrado o suspeito antes da polícia e o sentenciado à morte no "tribunal do crime". Crimes sexuais, como estupro, são repudiados pela "cartilha do crime" do PCC com pena de morte.

Questionado sobre o machucado na perna do suspeito, em vídeo revelado nesta sexta (20), o delegado diz que ele pode ter se machucado tentando fugir de uma viatura. Salvatori afirmou à reportagem que ouviu familiares do foragido, que disseram que ele se machucou, supostamente, pulando um muro.

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Familiares descreveram o suspeito

Familiares do suspeito foram ouvidos. De acordo o delegado, a lesão na perna do homem teria acontecido no sábado, após o suspeito ver uma viatura e tentar pular um muro — machucando a perna.

Solirano foi visto pela última vez na terça-feira (17). Familiares, que não foram identificados, disseram à polícia que não sabem qual é o paradeiro do foragido. O último contato teria sido feito há três dias.

Parentes negaram histórico de crimes sexuais. De acordo com a polícia, as pessoas ouvidas pela investigação disseram desconhecer outros crimes cometidos por Solirano de caráter sexual. Os investigadores acreditam que o chamado "maníaco do carro" arrastaria as vítimas para o veículo para possíveis estupros.

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Solirano seria dependente químico. No depoimento de familiares, diz o delegado, foi relatado que o suspeito é dependente químico e que sofria constantemente com a abstinência das substâncias.

"Pino de droga" foi encontrado em carro, diz polícia. A cápsula, utilizada para portar a droga, teria sido apreendida com a faca e roupas no veículo de Solirano, encontrado na quarta-feira (18) na região de Sapopemba.

Laudo pericial do carro é aguardado pela investigação. De acordo com Salvatori, foram colhidas impressões digitais no veículo, além de objetos.

Entenda o caso

Sete vítimas registraram boletins de ocorrência contra o homem, que ficou conhecido como "maníaco do carro" ou "maníaco da Mooca". Todos os casos ocorreram na zona leste da capital paulista. Segundo a SSP, o policiamento na região foi reforçado. O caso é investigado pelo 57º DP da Mooca.

Inicialmente, a polícia acreditava se tratar de um caso isolado de roubo tentado. Porém, após a repercussão das imagens nas redes sociais, mais mulheres procuraram a polícia para contar o que havia acontecido. O "maníaco" foi reconhecido por foto pelas vítimas.

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De acordo com a polícia, o suspeito já respondeu por outros crimes anteriormente, como homicídio e roubo.

No primeiro caso que a polícia tomou conhecimento, uma jovem de 16 anos relatou o ataque em frente a uma escola na rua Manuel Onha, na Vila Oratório, zona leste. Na ocasião, ela disse que foi abordada na sexta-feira (13) por um homem que anunciou um "roubo" e a ameaçou. Contudo, a vítima conseguiu escapar e correr.

Na quinta-feira (19) a Polícia Civil divulgou fotos de Solirano e reforçou o canal de denúncias 181. A postagem, em vídeo, traz informações sobre como denunciar o paradeiro do homem e os canais oficiais em total sigilo.

Solirano teve prisão decretada pela Justiça. A polícia pediu a detenção dele na quarta-feira (18), após identificá-lo, e na quinta houve decisão favorável à prisão temporária.

A reportagem não localizou Solirano de Araújo Sousa. O espaço segue aberto para manifestação.

Em caso de violência, denuncie

Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 190 e denuncie. Caso tenha informações sobre o suspeito em questão, também há a possibilidade de contato pelo 181 — Disque Denúncia da polícia que não exige identificação.

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Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares.

Também é possível realizar denúncias pelo número 180 — Central de Atendimento à Mulher — e do Disque 100, que apura violações aos direitos humanos.

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