'Comprei gerador para manter meu pai vivo; técnico veio medir gasto de luz'
Mesmo após comprar um gerador, durante o apagão, para conseguir manter seu pai vivo, Renata Saffioti recebeu a visita de um técnico da Enel, que não foi reativar o serviço, mas medir o consumo para fazer a cobrança. Renata deu seu relato ao UOL News desta terça-feira (15).
Logo que a luz acabou [na sexta,11], nós informamos a Enel sobre a situação dele, mas eles prometeram, né? Disseram que a luz voltaria à meia-noite, mas isso não aconteceu.
Ontem tocaram a campainha e era um técnico da Enel. Ele foi super educado, mas estava lá para medir a luz, enquanto estávamos sem energia. Eu falei que a luz não tinha voltado, então ele nem fez a leitura.
O pai de Renata tem 68 anos, tem síndrome de Guillain-Barré (uma doença rara e grave) e depende de um respirador mecânico, mantido por energia elétrica. A casa dela estava sem luz desde a noite de sexta-feira (11).
Quando acabou a luz, nós ligamos para informar a situação dele, mas não adiantou nada. Temos dezenas de protocolos mostrando a necessidade urgente de energia, mas não tivemos a atenção devida. Eles simplesmente não cumpriram o prometido. Compramos um gerador pequeno para manter apenas o respirador dele ligado. Nada mais funcionava na casa, só o respirador.
Compramos o gerador porque entramos em desespero. Pensamos: 'O que vamos fazer se a luz não voltar? Como ele vai sobreviver?' Minha irmã foi e comprou, mas o custo foi alto, cerca de mil reais, além de toda a gasolina que usamos até a luz voltar.
Ele perdeu dias de fisioterapia porque sem luz não podíamos fazer a eletroestimulação muscular. Foi um prejuízo enorme, além das despesas com medicação Renata Saffioti, nutricionista
O UOL News vai ao ar de segunda a sexta-feira em duas edições: às 10h com apresentação de Fabíola Cidral e às 17h com Diego Sarza. O programa é sempre ao vivo.
Quando: De segunda a sexta, às 10h e 17h.
Opinião
Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL
Deixe seu comentário