Cantora mostra glúteos em palestra na UFMA: 'Minha pedagogia liberta'
Do UOL, em São Paulo
17/10/2024 20h17
A cantora e compositora Tertuliana Lustosa subiu em uma mesa em uma sala de aula e mostrou os glúteos durante a apresentação de um seminário na UFMA (Universidade Federal do Maranhão) na quarta-feira (16). No ano passado, uma performance parecida realizada por ela em outra universidade pública repercutiu nas redes sociais.
O que aconteceu
Tertuliana é vocalista da banda "A Travestis". Na gravação, divulgada por ela mesma (veja abaixo), a cantora aparece conduzindo o evento "Gênero para além das fronteiras", em uma mesa-redonda sobre "Dissidências de Gênero e Sexualidade". O seminário foi organizado pelo Gaep (Grupo de Pesquisa Epistemologia da Antropologia, Etnologia e Política), da UFMA.
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Na apresentação, a artista cantou música com letra erótica. "Vou te ensinar gostoso dando aula na sua p***. Aqui não tem nota nem recuperação. Não tem sofrimento, se aprende com tesão. De quatro. E c*, c*, c*." Na sequência, ela sobe na mesa e levanta o vestido, mostrando os glúteos.
Público que estava presente grita e aplaude a performance da cantora. O vídeo da apresentação circulou pelas redes sociais. Alguns internautas repudiaram a palestra em uma universidade pública e pediram, inclusive, a prisão da artista.
Ao UOL, a cantora rebateu: "Não fico surpresa [com esse tipo de comentário] não. Inclusive já aconteceu essa repercussão outras vezes no ano passado", disse ela, ao relembrar de polêmica parecida ocorrida na UFBA (Universidade Federal da Bahia) e na Uesb (Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia).
Tertuliana Lustosa também é escritora, formada em história da arte e propõe uma metodologia pedagógica diferenciada. "Educando com o c*" é uma aula que discute a ideia de que o corpo e o prazer podem ser potências pedagógicas e artísticas.
Existe muito preconceito, pois a minha pedagogia liberta e traz a linguagem do paredão e do pagode baiano que é marginalizado, criminalizado e subjugado. Tertuliana Lustosa, em contato com o UOL
A reportagem tenta contato com a Universidade Federal do Maranhão. Se houver retorno, o texto será atualizado.