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Ex de homem que atacou STF ateia fogo na casa onde moravam, em SC

Thaís Augusto, Mariana Durães e Patrícia Calderon

Do UOL, em São Paulo, e colaboração para o UOL

17/11/2024 09h48Atualizada em 17/11/2024 17h07

Ex-esposa de Francisco Wanderley Luiz, 59, autor das explosões em Brasília na última quarta-feira (13), teria ateado fogo em si mesma e na casa onde os dois moraram em Rio do Sul (SC).

O que aconteceu

Daiane Dias, 41, teve queimaduras de 1º, 2º e 3º graus, segundo o Corpo de Bombeiros. Militares foram acionados por volta das 7h para a ocorrência na casa de 50 metros quadrados na rua Barão do Rio Branco, no bairro Budag.

Hospitalizada em estado grave. A mulher foi retirada da residência por pessoas que passavam no local e depois "foi atendida, estabilizada e conduzida ao pronto-socorro" do hospital regional, informaram os bombeiros. O UOL tenta contato com a unidade de saúde para atualizações sobre o estado de saúde de Daiane.

A Polícia Civil ainda investiga a autoria e as responsabilidades do incêndio. A principal hipótese é a de tentativa de suicídio por parte de Daiane. "Segundo o que foi até então apurado, a ofendida, de 41 anos, adquiriu produto inflamável no amanhecer de hoje em um estabelecimento comercial da cidade, em seguida se deslocou até sua residência, local dos fatos, e provocou o incêndio tendo permanecido no interior do imóvel", explicou o delegado Bruno Reis, responsável pela investigação.

Daiane prestou depoimento à Polícia Federal após o atentado na semana passada. Na ocasião, ela afirmou que o plano de Francisco era matar o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

Inicialmente, o caso foi confirmado ao UOL por familiares do homem, conhecido também como 'Tiu França'. Na casa incendiada, também funcionava o serviço de chaveiro aberto pelo homem em 2019.

Irmão de Francisco fala em tentativa de 'virar a página'. Rogério Luiz evitou comentar a situação, mas disse que família "está tentando virar a página desta tragédia". "Agora esse episódio envolvendo a ex mulher... não tenho nenhum contato com ela, então não posso falar muita coisa. Tudo o que ela disse sobre meu irmão, e saiu na imprensa, é muita especulação", afirmou.

Vídeos divulgados nas redes sociais mostram as chamas consumindo a casa de madeira. Imagens enviadas pelo Corpo de Bombeiros mostram que a residência foi muito afetada pelo fogo.

O UOL procurou a Polícia Federal e aguarda retorno.

Francisco Wanderley Luiz, que morreu ao explodir uma bomba no STF, em foto de 2013 Imagem: Álvaro Azevedo Diaz

A investigação sobre o ataque em Brasília

PF investiga se foi terrorismo. De acordo com o diretor da Polícia Federal, Andrei Passos Rodrigues, o caso será apurado como ato terrorista e ataque ao Estado Democrático de Direito. A PF vê sinais de "planejamento de longo prazo" e possíveis "conexões" com o 8 de janeiro.

A agentes da PF em Santa Catarina, a ex-mulher de Francisco Wanderley Luiz disse que o principal alvo era o ministro do STF. "Ele falou que mataria ele [Alexandre de Moraes] e se mataria", disse Daiane na ocasião.

Material de campanha de Francisco Wanderley Luiz, também conhecido como Tiu França do Facebook; ele é o dono de carro que explodiu na Praça dos Três Poderes Imagem: Reprodução/Tiü França no Facebook

Amigos dizem que ele se radicalizou. Pessoas ouvidas pelo UOL contaram que Luiz, que era filiado ao PL, mudou de comportamento e aparentava "sérios problemas mentais" depois de um divórcio.

Autor de explosões atuava como chaveiro. A empresa de Luiz, a MP Mercado Popular, foi aberta em outubro de 2019. Tem como principal atuação o comércio a varejo de automóveis, camionetas e utilitários usados, conforme o sistema Redesim, que reúne dados da Receita Federal. Porém, como atividades secundárias, constavam os serviços de chaveiro, bar, discoteca e comércio de peças e acessórios novos para veículos.

Divorciado e pai de dois filhos. Relatos de amigos demonstram que ele viveu uma espécie de metamorfose. O deputado federal Jorge Goetten (Republicanos-SC), também de Rio do Sul, disse que Luiz aparentava "sérios problemas mentais" depois de um divórcio.

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