MC e filho de médicos: quem era o estudante morto pela PM em São Paulo
Do UOL e colaboração para o UOL, em São Paulo, e colunista do UOL
20/11/2024 19h22Atualizada em 21/11/2024 07h54
Marco Aurélio Cardenas Acosta, 22, morto por um policial em São Paulo nesta quarta-feira (20), se identificava nas redes sociais como MC Boy da VM.
O que aconteceu
Ele dizia ser mestre de cerimônias e compositor. Marco mantinha um perfil no Spotify com duas músicas: "No Tempo da Escola" e "As Top da Seleção".
O jovem também era estudante de medicina na Universidade Anhembi Morumbi. O time de futebol do curso compartilhou uma nota de pesar nas redes sociais. "Nesse momento de tristeza, a Família Fut Med Anhembi expressa toda a sua solidariedade e carinho por nosso querido amigo e seus familiares. Bilau, sempre nós lembraremos de você com muito amor e carinho", diz um trecho da publicação.
Em dois vídeos compartilhados no post, Marco aparece rimando para os outros estudantes. "Obrigada por tudo, Bilau! Que você encontre a paz. Lamentamos profundamente o seu falecimento. Ao time, qualquer coisa que precisarem entrem em contato, estamos com vocês!", escreveu o perfil do curso de medicina.
Nas redes sociais, ele publicava fotos em viagens. "Ou corre com 'nóis', ou corre da gente. Tirei férias do Brasil. Na Europa, esclareço a mente", diz a publicação, acompanhada de uma foto em que o MC está na ilha de Santorini, na Grécia.
Marco Aurélio era filho de médicos. Silvia Mónica Cárdenas Prado é intensivista no Hospital das Clínicas, e Julio Cesar Acosta Navarro, cardiologista na mesma instituição e ufólogo. Julio é fundador da Academia Latino Americana de Ufologia Científica, que pesquisa a existência de extraterrestres.
Entenda o caso
Um policial militar matou um homem com um tiro à queima-roupa em um hotel na zona sul de São Paulo na madrugada desta quarta. Os policiais envolvidos no caso foram afastados.
Os policiais chegaram ao local e viram o estudante "bastante alterado" e agressivo, segundo o boletim de ocorrência. Ele chegou a ir para cima dos policiais.
Em certo momento, ele teria tentado pegar a arma de fogo, ocasionando no disparo, ainda segundo os policiais. O resgate foi acionado e o estudante foi levado ao Hospital Ipiranga, mas morreu. Imagens das câmeras de segurança do hotel não mostram o estudante tentando pegar armas dos agentes.
A morte foi registrada como decorrente de intervenção policial. O agente que atirou no jovem teve sua arma apreendida.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública afirma que está apurando o caso e confirmou o afastamento dos policiais. "As polícias Civil e Militar apuram as circunstâncias da morte de um homem de 22 anos, ocorrida na madrugada desta quarta-feira (20), na Vila Mariana, na capital paulista. Os policiais envolvidos na ocorrência prestaram depoimento, foram indiciados em inquérito e permanecerão afastados das atividades operacionais até a conclusão das apurações".