Ouvidor: Tarcísio é o maior responsável por mortes provocadas por PMs

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), é o maior responsável pela atuação violenta da polícia que resulta em mortes, afirmou o ouvidor das polícias do estado, Claudio Aparecido da Silva, ao UOL News desta quinta (21).

Um dos casos mais recentes, o do estudante de medicina Marco Aurélio Acosta, de 22 anos, chamou atenção pelas imagens de câmeras de segurança que mostram o momento em que um dos policiais dispara contra o jovem. A ação ocorreu na madrugada desta quarta-feira (20).

Percebam que o jovem ao entrar naquela cena, naquela câmera queria simplesmente fugir da abordagem, sem camisa, não ofertando nenhum risco a integridade daqueles policiais. E aqueles policiais com superioridade numérica, com capacitação técnica prática e teórica dada pela operação, ao invés de fazer o uso gradativo da força, eles vão para o recurso final, que é o uso da arma.

Eu avalio que o governador nessa cadeia de comando é a maior autoridade responsável por tudo que está acontecendo. Já foram apontadas em inúmeros momentos, ao longo dos últimos dois anos, várias questões relacionadas à forma e à postura que a polícia tem tido no estado. Se ele não toma as providências que deveriam ter sido tomadas já há muito tempo, ele precisa, sim, ser responsabilizado. Assim como eu avalio que vários órgãos que deveriam estar atuando e não estão atuando precisam também ser responsabilizados.

A gente não pode continuar vivendo sob o risco de tomar um tiro. Então, veja a quantidade de desastres que estão sendo feitos e de ineditismos praticados por essa política de letalidade implementada no estado de São Paulo. Isso não pode prosseguir.
Claudio Aparecido da Silva, ouvidor das polícias de São Paulo

Para o ouvidor, outros órgãos de fiscalização da polícia de São Paulo também estão deixando de cumprir o seu trabalho.

Eu acho que é preciso que a sociedade se mobilize, para além da sociedade, os órgãos de controle interno da polícia Militar, tomem providências urgentes em relação ao que está acontecendo em São Paulo.

O órgão de controle interno, que é a Corregedoria da Polícia Militar, está descaracterizado nesse momento e o órgão de controle externo, que é o Ministério Público, não tem quase que feito nada ou nada tem feito ultimamente em relação a essa atuação. A gente precisa responsabilizar esses órgãos, no sentido de que eles cumpram a sua missão institucional.
Claudio Aparecido da Silva, ouvidor das polícias de São Paulo

'Irresponsabilidade', diz pai de estudante de medicina morto por PM em SP

A ação de policiais militares que resultou na morte do estudante de medicina foi uma "irresponsabilidade", disse Júlio César Acosta Navarro, médico e pai do jovem, em entrevista ao UOL News.

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Isto é o maior crime que pode ser cometido, um assassinato. Não há nenhuma justificativa, nem sequer a versão oficial que diz que meu filho cutucou a ambulância, correu para dentro e aconteceu tudo o que está aí. Isso é uma coisa que não tem justificativa.

Quero denunciar a irresponsabilidade, a maldade, a crueldade, o sadismo, a xenofobia, a discriminação. Quero que fique bem claro: sou cientista, professor da USP. Todos da minha família são médicos e gente que trabalha muito, paga seus impostos, contribui com a ciência. E isso é uma coisa que destruiu totalmente a minha família. Júlio César Acosta Navarro, médico e pai da vítima

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Josias: PGR cogita fundir inquéritos em 'denúncia única' contra Bolsonaro

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, estuda reunir todas as denúncias contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e apresentá-las em uma peça única, afirmou o colunista Josias de Souza no UOL News.

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Segundo Josias, a PGR avalia que casos como a tentativa de golpe de Estado, a falsificação de cartões de vacina contra covid-19 e a venda de joias pertencentes à União no exterior estão interligados, o que justificaria a apresentação de uma denúncia única contra o ex-presidente.

O trabalho da polícia é facilitado pelo fato de que todas essas investigações estão sob a relatoria de um único ministro, o Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Ele cuidou de estabelecer liames entre as investigações e inclusive, segundo soube, autorizou meses atrás o compartilhamento de dados. Informações úteis para diferentes inquéritos foram compartilhadas, e eles passaram a se comunicar.

[O jornal] O Globo noticiou hoje, e eu falei na procuradoria e soube que é fato, que o procurador-geral da República, o Paulo Gonet, cogita unificar todas as investigações contra o Bolsonaro. Em vez de apresentar diferentes denúncias, ele unificaria em uma única.

No entendimento dos procuradores que estão assessorando Paulo Gonet na análise desses inquéritos da Polícia Federal, isso facilitaria a compreensão de toda a delinquência que envolve Bolsonaro e seus cúmplices. De fato, elas têm uma vinculação. Josias de Souza, colunista do UOL

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